Nos últimos anos, o cinema de ação, sci-fi, drama policial e western passou por uma transformação significativa. Até meados da década de 90, esses gêneros eram dominados por narrativas masculinas, com personagens complexos e histórias que ressoavam com o público masculino – o maior consumidor desses gêneros. Filmes como Rambo, Duro de Matar e Os Imperdoáveis capturavam a essência de protagonistas homens enfrentando desafios físicos, emocionais e morais. No entanto, a partir dos anos 2000, a indústria cinematográfica começou a inserir, de forma cada vez mais forçada, perspectivas femininas em papéis centrais, muitas vezes em detrimento da autenticidade narrativa.
Não se trata de desvalorizar personagens femininas – filmes como Alien (1979) e Kill Bill (2003) são exemplos brilhantes de protagonistas femininas bem construídas, criadas com propósito narrativo. O problema surge quando a inclusão parece artificial, inserida para atender a "regras" da indústria, resultando em roteiros que soam desconexos ou caricatos. Séries e filmes que começaram com protagonistas masculinos fortes, como Reacher e Nobody 2, sofreram com mudanças que descaracterizaram suas essências, enquanto remakes como The Killer (2023) perderam o brilho do original ao forçar narrativas que não se encaixam.
O Problema Atual da Indústria
Filmes e séries como Reacher (Temporada 3) e Nobody 2 ilustram o problema: personagens femininas são inseridas como "mulheres brabas" sem desenvolvimento adequado, muitas vezes em papéis que parecem deslocados. Em Reacher, por exemplo, a terceira temporada introduz uma personagem feminina que, apesar de ser apresentada como competente, é constantemente desmentida pelo roteiro, tornando sua presença forçada. Em Nobody 2, a revelação de que a esposa do protagonista é uma "super soldado" quebra a suspensão de descrença, parecendo uma tentativa desajeitada de equilibrar os holofotes. O remake de The Killer (2023), estrelado por Nathalie Emmanuel, transforma uma história originalmente centrada em um assassino carismático em uma narrativa que não captura a essência do clássico de John Woo.Esses casos mostram como a indústria, ao tentar atender a demandas externas, muitas vezes sacrifica a coerência narrativa e a conexão com o público-alvo. Narrativas masculinas não precisam excluir personagens femininas, mas a inserção deve ser orgânica.
Mas… nem tudo está perdido. Existem filmes clássicos que mostram o poder de uma narrativa masculina autêntica, construída com propósito, ritmo e identidade. Abaixo, três exemplos brilhantes:
Thief (1981) – Direção: Michael Mann
Sinopse:
Frank (James Caan) é um ladrão profissional que, após anos no crime, sonha com uma vida normal. Quando decide fazer um último grande golpe para garantir seu futuro, descobre que o submundo não deixa ninguém sair impune.
“Thief” é um retrato cru de um homem tentando escapar de um destino que ele mesmo construiu. A narrativa não precisa de discursos — a força está na ação, na solidão e nas decisões difíceis. A masculinidade aqui é mostrada de forma realista: falha, direta e intensa.
Meu Nome é Ninguém (1973) – Direção: Tonino Valerii

Sinopse:
Jack Beauregard (Henry Fonda), um lendário pistoleiro envelhecido, quer deixar o Velho Oeste para viver em paz na Europa. Porém, um jovem e carismático pistoleiro (Terence Hill) o admira e o convence a enfrentar um último desafio que o eternizará como lenda.
Esse western mistura humor e filosofia sem perder a força de uma história masculina clássica: legado, honra e o fim de uma era. A dinâmica entre os personagens é construída em cima de respeito e valores pessoais, não slogans ou agendas externas.
Jogo Bruto (1986) – Direção: John Irvin
Sinopse:
Mark Kaminsky (Arnold Schwarzenegger) é um ex-agente do FBI que vive uma vida tranquila como xerife em uma pequena cidade. Quando um velho amigo pede sua ajuda para infiltrar-se na máfia de Chicago, Mark vê uma chance de redenção, enfrentando criminosos perigosos em uma missão cheia de ação.
Jogo Bruto é um exemplo clássico do cinema de ação dos anos 80, com Schwarzenegger no auge. O filme foca em temas como lealdade, sacrifício e força, sem desviar a atenção para subtramas desnecessárias. A narrativa é direta e respeita o público que busca adrenalina e um protagonista masculino carismático.
Por que Narrativas Masculinas Ainda Importam?
O público masculino representa a maior fatia dos consumidores de gêneros como ação, sci-fi e western. Quando a indústria ignora isso, o resultado é uma desconexão com a audiência, levando a críticas e até rejeição, como visto em The Killer (2023), que recebeu duras críticas por não honrar o original. Filmes como Thief, Meu Nome é Ninguém e Jogo Bruto mostram que narrativas masculinas bem executadas podem ser profundas, emocionantes e atemporais, sem precisar apelar para clichês ou mensagens forçadas.
O cinema de ação, sci-fi, policial e western não precisa abandonar suas raízes para se modernizar. Narrativas masculinas honestas, como as de Thief, Meu Nome é Ninguém e Jogo Bruto, provam que histórias bem contadas, com personagens autênticos, continuam a ressoar com o público. A indústria precisa encontrar um equilíbrio, respeitando tanto a diversidade quanto a essência dos gêneros que conquistaram gerações.O que achou dessas dicas? Qual filme você vai assistir primeiro? Deixe seu comentário e compartilhe suas sugestões de filmes com narrativas masculinas marcantes!
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