01 março 2016

Recordar é Viver #17 - Pokémon Ruby e Sapphire e a Geração Advance


Olá pessoal nesses 20 anos de Pokémon resolvi soltar um artigo de uma geração de Pokémon que na minha opinião foi muito mal aproveitada, mas que revela um grande game e trouxe mudanças interessantes para franquia. Falo da geração advance representada por Pokémon Ruby e Sapphire.



A terceira geração foi uma geração em que praticamente todos os treinadores tiveram que começar do zero: pois não havia conexão com os jogos antigos de Game Boy e Game Boy Color. Motivo o excesso de hacks via Gameshark e os bugs como o do Missigno. Ironicamente no relançamento de Red, Blue e Yellow para 3DS a versão do game continua com esses bugs vai entender.

O game foi lançado em 2002 no Japão e em 2003 no resto do mundo. Por aqui acabou não pegando tanto por conta por conta de 3 fatores: uma baixa na popularidade dos personagens deixando a animação restrita a canais pagos, o fim da Gradiente como representante oficial da Nintendo o que tornava mais difícil e cara a aquisição de jogos e consoles da empresa e a popularidade dos emuladores e roms do Game Boy Advance. Essa última eu diria que foi a única maneira de muitos poderem aproveitar o game, já que o mesmo era difícil de encontrar e quando encontrado era bem caro para o padrão da época, aliás tudo que era original era caro em 2003.

Além destes fatores, a terceira geração de monstrinhos foi bem polêmica em alguns novos pokémons como Blazeken que era comparado com um Digimon e os estranhos pássaros flutuantes chamados Látias e Látios:






Apesar do desing estranho a geração advance trouxe novidades significativas em seu sistema de batalha que abriu a possibilidade de muitas estratégias de batalhas. Entre elas personalidades (nature) que davam bônus em certas características nas criaturas fazendo com que elas não seguissem um padrão de status, também tivemos novidades com habilidade que é um status especial que o Pokémon tinha na batalha (como por exemplo intimidar que fazia com que a criatura do adversário tenha seu poder de ataque reduzido):


Outro destaque que podemos dar é as batalhas em dupla que abre muitas estratégias novas, incluindo golpes que somente funcionam nesse modo como Helping Hand. Você podia direcionar alguns golpes ofensivos (e defensivos) para criaturas tanto do adversário como aliadas. Talvez um dos recursos mais legais do game.


Não podemos deixar de falar dos concursos que era uma espécie de avaliação dos Pokémons através de atributos, algo que também veio a ser comentado na série animada com a May. Quem lembra da rixa dela com o afeminado Halley seu rival de concurso:



A história do jogo é a mesma de sempre só que com outro elenco envolvendo outras situações: você é filho do líder de ginásio de Petalburg e chega numa nova cidade. Ao explorar o local encontra o Professor Britch que está sendo encurralado por um Poochyena ou um Zizagoom (dependendo da versão). Ele pede que você escolha um Pokémon para ajudá-lo a sair daquela confusão. Entre as opções temos Treeko (um lagarto de planta), Mudkip (um bicho de água que parece um sapo) e o Torchic  (um passarinho de fogo). Aí derrotando e salvando a pele do professor vocês já sabem do resto. Agora você deve ajudar o professor a catalogar as espécies de criaturas daquela região "nova".



Hoenn é uma região em que existem muitos lugares a explorar, mas o acesso se dá através pela água muitas vezes. Nesta versão estreou um novo HM (Hidden Machine - técnicas que os Pokémons usam fora da batalha) a Dive (megulho) que permitia que você e seu pokémon nadassem em partes aquáticas mais escuras, inclusive através dessa habilidade é que se obtém os lendários e abre vários locais de exploração.


Na minha opinião Hoenn é o melhor continente para se explorar de toda a série, até mesmo das primeiras versões é um continente bem interessante, mas que te exige muitos repels para repelir as hordas de Tentacools e Wingnulls que veem a todo momento.

Berries e o Tempo.


As berries aqui estão de cara nova, elas ainda continuam a recuperar energia, status etc... Mas agora você planta e colhe as dita cuja e elas crescem e dão frutos de acordo com o tempo de seu game. Uma coisa bizarra que contece nesse game é que não anoitece nem amanhece mais, o que é bem estranho pra quem estava acostumado com a mudança de tempo em Gold, Silver e Cristal. Felizmente os jogos do Nintendo DS voltam com esse esquema, porém o tempo não deixa influenciar no game inclusive na captura de alguns pokémons como Snorut e até acesso em alguns lugares como a Shoal Cave em que a maré sobe e desce de acordo com a hora do dia.

Mas Nem Tudo São Flores...


Apesar de todo essas novidades algumas coisas negativas não poderiam deixar de serem ditas, apesar de grandes novidades no sistema de batalha. Ainda vimos pouco de Avançado graficamente nessa geração, os Pokémons de Ruby e Saphirre voltaram a ser estáticos (sério nem uma animaçãozinha a lá Pokémon Cristal - o último game da franquia para Game Boy Color os criadores fizeram para cada um dos Pokémons), além de graficamente o game era muito simples e não passava muito detalhamento gráfico. A terceira versão do game para a 3 geração Emerald ainda voltou com a animação dos monstrinhos e algumas mudanças no enredo como mini animações da batalha com Kyogre e Groudon foram mudanças pontuais interessantes, mas mesmo assim simples comparado a outros games do console.



Outro ponto também como citei anteriormente foi a acessibilidade: era caro manter um Game Boy Advance e difícil achar seus jogos e poucos por aqui se interessaram em ter o console. Se quisesse jogar contra e trocar tinha que ir em eventos para tal. E também para conseguir os Pokémons de gerações passadas e alguns lendários como o Jirachi você  ou algum amigo tinha que ter o gamecube e o cabo para se comunicar com os games lançados pela franquia. Pior se você queria o Jirachi que precisava de um disco bônus dado para quem comprou a pré venda do Pokémon Colosseum:


Fire Red e Leaf Green.




Mas a grande surpresa da terceira geração foi o relançamento do game da primeira geração: Pokémon Fire Red e Leaf Green que permitia agora você capturar Pokémons de Kanto (e alguns de Johto) e transferir para seu Game no Ruby e Saphirre. Além disto o game vinha com uma correção para as versões Ruby e Saphirre devido a um bug que havia no relógio interno desses jogos que impedia o crescimento das frutinhas (Berries) após 366 dias depois do game ser iniciado.



De história não há grandes mudanças do original essencialmente, porém existem novas áreas para se explorar depois de finalizado o game além de conexão com o jogo do Gamecube Pokémon XD para o acesso a uma ilha onde você pega os lendário de Gold e Silver.

O game vinha acompanhado do Wireless Adapter em suas primeiras tiragens, um acessório que pra mim veio tarde porque poucos jogos usavam desse recurso e quem utilizava melhor era o próprio Pokémon Fire Red e Leaf Green (e posteriormente o Emerald).


A Volta do Anime na TV.


Em 2005, depois de um longo tempo em hiato na TV aberta o anime volta a ser exibido dessa vez na TV Globinho que pegou na época o fim da geração Gold, Silver e Cristal. Foi uma exibição feita nas coxa: cada hora o anime estava numa grade diferente. Ficou bastante tempo no sábado, depois somente foi exibido na parabólica.

Entre 2008 e 2009 a Rede TV comprou os direitos do anime só que ficou sem a metade da saga Advance (a chamada Advance Adventures) exibindo a Advanced Battle (Batalha Avançada) e a Battle Frontier (Batalha da Fronteira): que é o fim da saga advance.

Inclusive na época a Long Jump trouxa a coleção da Jakk's Pacific baseada em Battle Frontier:



Além disto a Imagem Filmes lançou Dvd's com episódios do anime, com a cara de pau de ocupar uma mídia com 2 míseros episódios. Tivemos o lançamentos de dois filmes da geração Advance pela Europa Filmes que foi o Jirachi o Realizador de Desejos (que tem uma música linda que vou deixar abaixo o clipe) e o 8 Alma Gêmea (cujo foca no lendário Deoxys):








Com a marca mais em evidência também foi investido em outros produtos, não como nos tempos em que o anime teve o boom na televisão, mas o suficiente para que algumas empresas tivessem algum faturamento em cima. Mas para os games as coisas ainda andavam meio distantes. Posteriormente com a popularidade do DS as coisas mudaram um pouco, mas deixemos isso para um outro artigo.





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