10 agosto 2014

O Mercado de Games e a Preguiça da Indústria


Olá amigos, mais uma vez estou aqui para falar de entretenimento e seus rumos. A bola da vez são os games, essa semana muitos estavam comemorando o remake de Resident Evil para multiplataformas, alguns mais radicais veem como uma perda de um exclusivo anteriormente somente jogável por consoles da Nintendo. Eu já vejo como uma ação desesperada de uma empresa que já não anda bem financeiramente.

No caso da Capcom foi uma sucessão de erros cometidos que a fizeram chegar no patamar que está, no mais desde a geração passada muitas das franquias queridas por nós jogadores tiveram mudanças que não agradaram a todos e muitas sumiram. Isto se deve ao fator de que hoje desenvolver jogos não está tão rentável quanto nos anos 90 e não estão conseguindo nem pagar os custos de desenvolvimento ficando a maioria das vezes no vermelho. Isto até explica o porque da adoção de multiplataforma na geração anterior além de outras políticas adotadas como DLCs e afins tem que se explorar o máximo daquele produto (jogo) do consumidor, o que antes era um extra do jogo que te recompensava pelo seu esforço por cumprir certos requisitos, hoje só é obtido por quem tem mais dinheiro.

Em contrapartida temos os indies que oferecem experiências excelentes de gameplay e novos conceitos sem gastar muito, seja no PC ou no Console. Mostrando para o mundo dos games que não se precisa de muito pra agradar o jogador em contraste com grandes jogos que usam de grande orçamento que são lançados com bugs o que dá impressão de desleixo por parte das grandes desenvolvedoras. Por um fator de hoje em dia os consoles usarem e abusarem das atualizações que são uma espécie de recurso mágico para estes, passa a impressão: vamos lançar de qualquer jeito, se pintar um bug a gente conserta com um update. Isso vindo de empresas com anos de mercado no setor, ou seja, jogando a confiança do público no lixo.

Foi tanto erro nessa geração que passou que praticamente inibiu muito a produção de novos jogos vindo das empresas renomadas, então se recorre a remakes e remasterizações. O mais grave é isto ocorrendo na nova geração de consoles, esta que precisa mais do que nunca jogos novos e novas franquias pra atrair o público. Sem contar a retrocompatibilidade abolida e ainda o investimento (mesmo que seja pouco) nos consoles da geração passada por partes das produtoras, isto reflete nas vendas.

Talvez a única plataforma que ainda resiste bem é o PC. Por conta de, desde a geração passada, ter recebido vários ports de games que antes eram mais jogados nos consoles e seu serviço Steam que permite a compra de jogos a preço menos que os serviços oferecidos pelos consoles. Sem contar os jogos para smartphones e tablets que evoluiu e oferece diversão de qualidade: jogos baratos tanto pra venda quanto pra desenvolvimento e que revelam até desenvolvedores talentosos.

Agora pensamos a nível Brasil: a divulgação praticamente é precária dos games (pra todos os tipos de plataforma). Vivemos num mercado onde a pirataria (infelizmente) ainda é a maneira de se popularizar o jogo, apesar das lojas venderem alguns desses títulos a preços convidativos. Ainda está longe dos anos 90 onde os games tinham uma divulgação um pouquinho melhor, mas vejo que algumas barreiras foram quebradas como no caso de competições de League of Legends.

O que falta realmente pros games é uma renovação (principalmente nos consoles). A prova de que gráficos de ponta não salvam o jogo de ser uma bomba. Essa obsessão estética sem refinamento em outras características sem contar as políticas adotadas acabaram por complicar e frustrar algo que era simples no passado: os jogos em consoles.

10 comentários:

Diogo Fernandes disse...

A nível Brasil, os jogos dos anos 90 eram mais divulgados? Agora que as empresas estão olhando pra cá, com lançamentos nas lojas brasileiras ao mesmo tempo em que chegam no mundo, com legendas localizadas, e até dubladas.

Quanto a retrocompatibilidade, quem compra console novo pra apenas jogar jogo antigo? Ter a retrocompatibilidade é um plus que não faz mais sentido com a PSN com jogos de PS2 no topo de mais vendidos.

A queda do investimento de consoles antigos é o caminho natural. Se a empresa lança um console ela quer mais é que você o compre.

A Capcom relançando RE, seja por motivo financeiro ou por qualquer outro, pra mim é extremamente bem vindo. Não joguei antes e agora poderei jogar. Quer coisa melhor?

Dood disse...

Respondendo as suas afirmativas:

Sim, eram mais divulgados. Tínhamos a Tec Toy e a Platronic que ao menos faziam melhor divulgação desses produtos que as empresas de agora.

É isso que eles querem: te vender novamente os jogos que você comprou, é lucrar em cima de algo já existente. Pra mim isso é safadeza e preguiça de se criar algo novo, enfim quem dita as regras é a maioria que compra nesses serviços...

Não falo em queda de investimento nos consoles antigos e sim sobre o receio de se investir nos novos consoles, que se mostra tímido comparado a início de outras gerações e enfrenta uma concorrência brutal que antes não tinha tanto.

Você podia jogar antes, seja por emulador ou pelo console que foi lançado. E esse alvoroço não é algo a se comemorar, e sim se preocupar. Capcom tá numa crise tremenda, não sou cego pra ver que isso é uma medida desesperada de uma empresa que seu último grande lançamento foi a enésima revisão de Street Fighter IV.

Diogo Fernandes disse...

A Tec Toy e a Sega como parceiras comerciais, era necessário, e óbvio, o investimento na divulgação por aqui.

E mesmo assim, não sei se é uma nostalgia sua pensar desse modo, não tem comparação o nível do investimento de hoje na divulgação dos seus produtos aqui.

Jogos em português eram alienígenas. Hoje é quase uma obrigação para compor a divulgação dos jogos por aqui. Fora os lançamentos simultâneos.

Quanto a Capcom e o REmake, beleza, ela tá mal das pernas, então que façam isso para vender. Não vejo problema algum nisso. Afinal, ela não esteve parada, lançou bons jogos, (Dragons Dogma, RE6, Dead Rising 3) e agora precisa ganhar dinheiro pq tá toda empresa se vira assim. Que use a carta da manga que tem. É justo.

E comprar um console pensando em apenas um jogo, mesmo hoje sendo mais fácil, ainda é absurdo. E o PS2 reinava. GC era um nicho. Emuladores? Não, obrigado. Aí que a industria vai pro ralo mesmo.

E SFIV segue o caminho normal de um SF de sucesso. Quantos Street Fighter 2 tivemos? Se pra vir jogos que vendem consoles como Dead Rising 3 e tirar uma empresa do prejuizo que a Capcom lance tudo que tiver ainda oculto ou exclusivo. Todos ganham.

;)

Dood disse...

Vamos a mais uma rodada:

Sim, era importante divulgar. Aliás você vê alguma divulgação dos games como a Tec Toy fazia para a população em geral, não virou coisa de nicho.

Comparação não tem, mas que o mercado se ampliou e os consoles deixaram de ser uma diversão simples isso deixaram.

O produto melhorou, mas a divulgação não. Difícil de entender?

Você me citou 3 exceções de um universo de várias mancadas dessa empresa. Se você acha justo você tem a liberdade de comprar, agora é estranho um alarde por um remake requentado.

Então você iria deixar de jogar um jogo por conta de ser exclusivo por um console? Cada um dá seu jeito de jogar, ninguém te obriga a ter um console. Mas as empresas podem usar exclusividades pra chamar um público, isso é errado? Pra mim não é. Aliás é um motivo para se ter ou jogar um console, essa geração não tivemos muito com esse lance de multiplataforma nê? Então pra quê consoles?

Do jeito que eles lançam mercenária mente, nem nos anos 90 tinha tanta cara de pau. Mas naquela época tínhamos os arcades. Mas se você acha que a pachorra da Capcom de reaproveitar os cenários de um oh wait game Street vs Tekken que foi um desastre como novidade em um jogo e vender como produto novo válido quem sou eu pra discutir?

Acho que preciso pingar colírio alucinógeno pra enxergar o sucesso da Capcom.

Diogo Fernandes disse...

Opa, Diogo, pera lá. Em momento algum estou dizendo que a Capcom é sinônimo absoluto de sucesso. Tá aí o exemplo que você deu com o Street Fighter VS Tekken. Se fosse assim ela não precisaria relançar um jogo.

E o campo exclusividade de um game de um console de mais de 10 anos atrás, que poucas pessoas puderam jogar, apesar da vontade que tinham, e hoje terem essa possibilidade, é sim algo bom.

Se o REmake é requentado, isso é algo no mínimo leviano. Ele nem foi (re)lançado ainda. lol

De acordo com a Capcom, virá com melhorias, 60fps, dará uma movimentação melhor do que o "movimento tanque" dos RE antigos e um PLUS. Quem não jogou, poderá jogar. Esse é o ponto.

Se uma pessoa teve a experiência a 10 anos atrás de jogar, qual é o empecilho de hoje mais pessoas também terem essa mesma experiência?

Exclusividade? Mais de 10 anos já, man. Relaxa.

O campo divulgação, cara. Sério, no que a divulgação não melhorou?

Dublagem, e localização, para a galera que não sabe inglês? CHECK

Lançamento simultaneo em todos os países, incluindo o Brasil feioso e com cara de mamão (mas compra MILHÕES)? CHECK

Banners em TUDO quanto é site relacionado ao produto em questão? CHECK DE NOVO.

A população geral(???) hoje não pode, nem deve, ser comparada com o povo dos anos 90, se não está estampada numa folha dupla d'O Globo do Domingo, azar do jornal.

O banner do adsense tá ali gritando pra eu ver que dia tal jogo tal estará nas lojas, e em Português, garanta já o seu.

Meu sobrinho de 5 anos já sabe que Assassins Creed Unity sairá no fim do ano e me perguntou se eu quero de Natal. E ele não precisou ver nenhum anúncio de divulgação na contracapa de uma revistinha, comum a uns anos atrás, no auge da Tec Toy.

Sorry, a internet veio mesmo pra ficar.

Dood disse...

Terceira rodada:

Relançamentos podem ser bons, mas como se mostra neste mercado atual de requentamentos e timidez em fazer coisas novas pra mim não é nenhum momento positivo.

Pegar um jogo e jogar um filtro HD como tem-se feito com todos os jogos relançados pros consoles é uma coisa boa? Ok, continue.

Divulgação de internet ainda é divulgação pra nicho. Quem quer um jogo não compra console mais. Existem muitas opções de jogos em Smartphones e afins, e o PC tem melhores ofertas que os consoles. Não existem muitas exclusividades que sustentavam os consoles como no passado.

Seu sobrinho é um caso a parte que calhou de se interessar por games, conheço muitas crianças que vivem muito contentes com Angry Birds e Pou da vida. E o marketing desses produtos é mais forte para esse público que um Assassin´s Creed da vida.

Sorry amigo, o que você e seu sobrinho gosta não dita o que a maioria gosta. É pensamento de nicho.

Diogo Fernandes disse...

A velha arte de responder uma pergunta, não respondendo nada. Nice.

Estamos falando do relançamento do REmake e você mudou de assunto no meio do caminho e eu não vi? Pois muito que bem, não vou seguir o caminho que você tomou. Estou falando do REmake e não de relançamentos em HD (Shadow of the Colossus ficou ainda mais lindo, por sinal), mas, foco.

Hoje, Internet=nicho? Tá ancorado mesmo em 1995. Se internet for nicho hoje em dia, imagina quando estourar, heim. A tia não sabe ligar os cabos do PC, mas tem FEICE.

Interpretação é tudo nessa vida, quando mencionei AC Unity, me referi ao termo divulgação, sabe, aquele ponto que você ignorou quando pedi um exemplo de que ele não avançou.

E se existem crianças que hoje são contentes com Angry Birds e (arghhh) Pou, o que isso tem a ver com teu post mesmo? Talvez o fato de que logo aparece mais uma enésima edição dos pássaros? E as criancinhas, meu deus as criancinhas, ficam contentes? =) Otemo.

Se elas estão jogando um jogo, ou estão sendo ameaças com um surra de cinto ou estão, veja só, interessadas por games. Impressionante, não.

Será que ainda jogarão o mesmo Angry Birds eternamente, ou baixarão alguma outra coisa? E de onde? A sim, aquele nicho. A internet. Quando for baixar, PIMBA, outro jogo legal. Até chegar num banner bonitão e PIMBA, vontade de jogar.

Voltando o assunto batido já.

Pergunto novamente: pq um relançamento de um jogo de 10 anos atrás, que não terá apenas um filtro, e sim melhorias, poucas, mas pra quem não jogou tá perfeito, é um problema? No caso uma solução para uma empresa com sim, problemas reais. Mas, enfim.

E no que a divulgação não melhorou?

ABS.

Dood disse...

A velha arte de estender um assunto quando alguém não concorda contigo vamos a quarta rodada:

Como disse e reafirmo: o problema não são os remakes, é que praticamente o que temos de maioria como grandes lançamentos pelas grandes produtoras são... remakes.

Ter acesso a internet não significa ter acesso a informação. O acesso só funciona se tiver interesse, é quem tem interesse é nicho.

O que tem a ver? Tudo a ver, Angry Birds é mais palatável as crianças, tem desenho no canal a cabo, é cheio de produtos a venda... Pou segue quase o mesmo caminho. Aliás, o que eu vejo mais é crianças com Tablets e Smartphones. Outro fenômeno que citaria é o Minecraft. Porque esses jogos são simples e mais acessíveis, seu sobrinho e você são nicho. É a contastação de um fato.

Por mais que a internet seja presente hoje, ela não é um bom meio de divulgação. Só pra quem busca (nicho).

Não, a divulgação não melhorou. Novos controles podem até tornar a experiência do game mais atual. Mas ainda é um game requentado que já foi lançado, se você não aproveitou no devido tempo amigo não posso fazer nada. Você poderia muito bem ter arrumado um jeito de jogar na época.

Abraços.

Diogo Fernandes disse...

"Não existem muitas exclusividades que sustentavam os consoles como no passado."

"Por mais que a internet seja presente hoje, ela não é um bom meio de divulgação. "

"Mas ainda é um game requentado que já foi lançado, se você não aproveitou no devido tempo amigo não posso fazer nada." - Excelente argumento, se não aproveitou no devido tempo, já era. Acabou. -

Só isso, tenho trabalho amanhã, encerro aqui com os destaques acima. De nada pelos comments, Satan Goss.

Um forte abraço.

;)

Dood disse...


Realmente se você me citar alguma relevante que seja das empresas mães dos consoles. No geral a grande parte está presente no PC.

Você poderia ter aproveitado sim, deu sorte porque a Capcom quebrou e ela vai relançar.

A internet não é um meio eficiente porque necessita do interesse do usuário para aquele assunto. É preciso mais que um simples banner para despertar interesse.

Aceito sua desistência.