23 julho 2018

[Problematizando a Problematização #2] O Desequilíbrio dos Personagens Femininos de Ducktales.





Olá, estou de volta. Agora desenterrando uma seção do meu blog que só usei uma vez (olha só ) e foi com Zootopia quem não viu clique aqui. Mais uma vez venho aqui para tratar de uma outra coisa que tem me incomodado em uma produção da Disney. Os novos Ducktales.


Os novos Ducktales é uma boa animação, tá conversando com a cultura atual (que não é uma coisa que curto muito). Mas o que mais me incomoda são dois personagens, que na série clássica tinham seu papel e agora parecem totalmente desequilibrados "fortes demais" comparados a outros. Madame Patilda e Patrícia.

O Que Aconteceu?



Madame Patilda passou a ser mais agressiva, com menos aparência de uma governanta de uma mansão tradicional. Agora parece mais um estilo casca grossa durona. Não que seja uma personalidade ruim, até interessante em contraparte aos sobrinhos, que na série clássica eram arteiros. Mas se pararmos pra analizar bem, a personagem conseguiu se moldar ao comportamento deles, e encarar algumas aventuras com seu patrão como quando foi sequestrada com Vikings:



Não estou aqui pra dizer que odiei a mudança, como disse achei interessante e é compatível em certa forma com a cultura atual, só que ela ficou extremamente poderosa, quando em um episódio no qual a Mamãe Metralha briga com seus filhos Metralhas por terem sequestrado Patrícia e os Sobrinhos dizendo: e se Patilda descobrir? Claramente ela ganhou mais poder que Polícia ou qualquer ação feita num estalar de dedos pelo pato mais rico do mundo.



 A Patrícia vai pelo mesmo caminho: ela se torna mais nerd que os Sobrinhos - tem um episódio que ela os humilha numa brincadeira com armas de dardos. Que ela soubesse se defender, o que também seria legal como evolução pra falar com os tempos atuais, até é aceitável. Mas ao ponto de ser mais que eles, sem mostrar algum mérito por ter conseguido isso é estranho. Por mais que ela vivesse isolada na mansão (isso é dito no episódio que eu vi), não fica bom como pré estabelecimento para a personagem. 



E o mais estranho é a clara diminuição da perspicácia dos sobrinhos Huguinho, Zezinho e Luizinho. Pra quem acompanha os gibis clássicos sabem como eles são safos com seu manual do escoteiro mirim e experts em sobrevivência e armadilhas, era pra eles ao menos estarem de igual pra igual. Talvez um complementando o outro, isso seria mais satisfatório. 






Dcuktales, assim como outras produções, passam pelo grande problema que é o fenômeno Mary Sue : personagens que tem que ser o tempo todo perfeitas, surreais e praticamente... infalíveis. Isso vem se intensificando em muitas produções, principalmente as da Disney. O caso mais clássico é a Rey de Star Wars: Despertar da Força e a Bella da série de filmes Crepúsculo. São personagens mal construídas, sem pre estabelecimento, sem desafios que as tornem dignas de serem o que são e possuírem as habilidades que tem. 





Madame Patilda e Patrícia na série original eram personagens que praticamente figuravam em todos os episódios de maneira coerente, e mostrando habilidades únicas sendo elas mesmas, mantendo sua feminilidade. Parecem que hoje em dia as personagens femininas estão abidicando isso se tornando meras Mary Sues, o que envergonha a rica diversidade que sempre teve a cultura pop, que hoje é apagada por um fenômeno cultural nefasto.





15 julho 2018

Esquadrão Marte (Biker Mice From Mars)




Depois de um longo hiato, venho a retornar a este blog com mais uma postagem nostálgica. Sim, depois de um longo tempo sem escrever nada hoje me pintou um relampejo de vontade e vamos falar de desenhos clássicos. 



Esquadrão Marte foram personagens criados Rick Ungar para uma animação que foi lançada em 1993 e encerrada em 1996 com três temporadas. Contava a história de 3 camundongos de marte fugitivos de seu planeta que foi dominado por Plutarkeanos. Acabaram parando na terra numa garagem chamada Última Chance, lá eles conhecem uma mulher com nome de Charlie que está sendo ameaçada de perder sua garagem para o magnata Lawrence Buchecha, que é um Plutarkeano disfarçado.






Cada Rato Motoqueiro (ou Camundongo, ou roedor...) tinha sua assinatura. Tod (Trottle) Tinha uma luva de combate e um raio laser, o fortão Brad (Modo) tinha um braço biônico e era caolho e o Vinnie tinha uma placa de metal na cabeça similar ao personagem Kano do Mortal Kombat.





Lembro do desenho que começava quando eles estavam fugindo dos Plutarkeanos, mas lá pra frente dos episódios tinha episódios explicando o antes dos personagens, ainda mantendo um nível de não mostar cenas muito pesadas.


Entre os vilões, além dos Buchecha. Haviam o professor cérebro, Bandalha (um mecânico todo sujo de gracha) , Napoleão Brie (um rival de Bochecha) e Lorde Camembert que é um conselheiro do governo que verifica as ações do Bochecha em nosso planeta.


Aqui no Brasil foi exibido na TV Colosso e posteriormente engavetado (como a maior parte dos desenhos), talvez por baixa audiência. Não ganhou nenhuma nova chance posteriormente na TV Aberta, também teve sua exibição na Fox Kids. E por aqui dentre os produtos licenciados tivemos revistas em quadrinhos e bonecos de ação:





Os infames ratos também acabaram ganhando um game para Super Nintendo, aos moldes de Rock n Roll Racing. Um jogo com muitos personagens desbalanceados em seus veículos. Curiosamente criado pela Konami conhecida pelos jogos das Tartarugas Ninja:




Em 2006 lançaram novos jogos da franquia para Playstation 2 e Nintendo DS. Dei uma chance pra versão de DS, mas a história que mudou os inimigos (não jogo são gatos antropomorfos), além da jogabilidade confusa usando os botões L (ou R) como pulo acabou me afastando do game. Ao pesquisar descobri que houve uma nova série em 2006, que foi exibida somente na Europa.

Do desenho realmente lembro pouco sobre os episódios. O que mais me marcou era o cumprimento Plutarkeano com a bunda que em português se dizia "Bumbum bumbum, poupança com poupança. Olha como a gente balança" e o grito de guerra Let's Rock and Ride! (Apontar e decolar, em português).



Esquadrão Marte é um desenho típico dos anos 90 que tentou, com as formulas utilizadas nos anos 80, inovar com personagens antropomorfos do espaço no nosso planeta tentando ajudar alguém e lutar contra o mal. Acabou se atrapalhando por ter personagens que mereciam um roteiro mais ousado, acabou ficando aquém do resultado final. Quem sabe se resgatam eles para uma série digna como fizeram com as Tartarugas Ninja?

Abertura:


Encerramento/ Créditos: