Olá amiguinhos mais uma edição de R.E.V. #8 (Recordar é Viver) e o tema de hoje é 1 Ficha = 10 Minutos (só os fortes entenderão). Pra quem não entendeu, vamos relembrar dos Gamecades: que eram aqueles arcades com consoles operados com fichas de tempo.
Numa época em que as casas de arcades bombavam com Street Fighter II e o seu rival mais sanguinolento Mortal Kombat. Mas quando chegou suas continuações (Super Street Fighter II e Moral Kombat II). A maioria das casas de arcades não podia custiar a aquisição dessas máquinas. A solução: adaptar consoles com conversões desses jogos (geralmente o Super Nintendo) em gabinetes de arcade.
Isso gerou uma "farra" no universo dos arcades nacional porque algumas casas começavam a substituir arcades originais por essas de tempo. Vi dois casos envolvendo Mortal Kombat II: um fliper próximo a minha casa que era o único que tinha a versão original e pasmem no Norte Play: uma antiga casa de diversões do Norte Shopping que encerrou suas atividades em 2006~2007 para dar lugar a uma Ricardo Eletro.
Mas felizmente na época, algumas casas ainda mantinham as originais (geralmente Capcom CPS2 e Neo Geo que são chamadas MVS). Então, ficava-se tranquilo com novidades. O problema é que esses arcades eram bem poucos e o ciclo de troca às vezes era bem rápido dos jogos (acredito eu que era medo dos arcades ficarem manjados e começarem a dar prejú, também porque anualmente pintava-se muitos títulos para essas placas, a não ser a MVS que eu via um certo rodízio de jogos).
Saudades dessa maquinas azuis. :(
Voltando as máquinas de tempo, muitos jogos que não tinha versões arcade acabaram ficando populares populares com esses "Game Cades". Abaixo uma listinha de jogos que eu lembro que ficaram populares no universo Game Cades:
Super Nintendo: Top Gear, Super Bomberman, Super Mario World, Power Rangers Movie, Donkey Kong Country, Shaq Fu, Ineternational Super Star Soccer (e suas variações como Campeonato Brasileiro), Alladin, Pikachu (aquele Hack tosco que lançaram para SNES eu vi essa preciosidade num Shopping O_O) e X-Men Mutant Apocalypse.
Conversões de arcade para SNES em Game Cades: Killer Instinct (só vi uma vez o original no Grand Play do Grande Rio), Mortal Kombat II, Mortal Kombat 3, Samurai Shodown (é, eu não notei a diferença), Art of Fighting 1 e Street Fighter Alpha 2.
Mega Drive eu vi dois casos: Sonic 2 (joguei muito essa droga) e Streets of Rage.
Mas aqui o pessoal não ligava até porque poucos tinham videogames modernos. Até quando descrevi que na cara de pau eles trocaram uma máquina oficial de MK2 por uma com um Super Nintendo acoplado o pessoal nem ligava, o pessoal queria jogar a achando que por tempo tava lucrando. Podia rolar versus tranquilo. Isso rendeu nos anos '90 ainda resistia, mas a coisa evoluiu.
Game Cades de 32 Bits.
Com a sofisticação e o advento dos consoles de 32 bits e a massificação da pirataria de CDs. Pintavam alguns Game Cades de consoles de 32 Bits (Playstation e Sega Saturn). O primeiro Game Cade que eu vi foi do tosco Street Fighter Movie (reconheci que era pelo Now Loading e porque eu via uma certa diferença do original, que já conhecia).
Lembro também de Game cade X-Men vs Street Fighter (com loading, pouco suspeito até hoje que era um Saturn acoplado) e Street Fighter Alpha 2 (Não sei se era Saturn ou Playstation, além da versão de SNES que mencionei acima). Mas o que sempre entregava era o maldito Now Loading. O Sistema agora reconhecia creditos (jogadas), mas o pessoal preferia ainda os originais.
Apesar, disso não foi empecilho de que alguns jogos que nunca tiveram versões arcades ganhassem Game Cades como os futebols da Konami do Playstation e o Dance Dance Revolution (até porque erá mais barato montar com tapetes de Playstation que importar), que rolava esquema de tempo. Ainda existem máquinas de DDR que sobrevivem até hoje em alguns shoppings. Era copiado na cara dura o Layout da máquina, mas você reconhecia a diferença pelos botões.
Outra que vi alguns Game Cades foi o Dreamcast em duas ocasiões: um Crazy Taxi adaptado a uma máquina de Daytona USA e um Capcom vs SNK 2. Isso numa Playtoy do shopping de Nilópolis.
A Baixa dos Game Cades.
Com o advento das Lan Houses, os arcades perdiam cada dia um pouco de sua força. E como eram praticamente poucos lançamentos e o fim do suporte MVS (Neo Geo) e os donos das casas sem poderem investir numa Naomi para rodar estritamente Marvel vs Capcom ou Atomiswave/ Taito Type X para os King of Fighters mais recentes. Apareceram alternativas para manter o público pingado que tinham:
Foi aí que entrou em ação o PS2 (seu modelo Fat que permitia colocar HD), rolou também X-Box primeira geração, mas não deu público. Os games mais jogados basicamente eram: Tekken 5, Marvel vs Capcom 2, Pró Evolution Soccer (que cheguei a ver a versão arcade no centro do Rio de Janeiro Let's Play). E uma adaptação arcade de Guitar Hero:
Multijogos - Mugem.
Com a indústria de arcades já morta aqui, tentaram recorrer ao passado com máquinas com Computadores recheados de jogos emulados, funcionava como uma máquina normal. Tinha-se acesso a clássicos assim como jogos obscuros desse modo. São altamente comercializadas até hoje, não se limitando a emular arcades, como consoles antigos. Rolou nos últimos dias de um fliperama aqui perto de casa uma máquina com Mugem (aquele programinha de jogo de luta pra PC), só chamou a atenção durante um tempo sendo retirada da loja dias antes de seu fechamento.
Neo Geo (MVS) Multijogos.
O suporte oficial ao MVS foi descontinuado, mas aparentemente os Chineses continuam a produzir cartuchos multijogos para essas máquinas que até chegaram por aqui, substituindo muitas que tinham The King of Fighters 2002 com especiais infinitos:
Taito Type X
Com a quebra de segurança desses arcades da Taito (que eram basicamente um PC montado para tais jogos). Chegaram a aparecer jogos dessa placa por aqui. Aqui só lembro de um The King of Fighters na finada Let's Play no centro do Rio de Janeiro, além da conversão PC de Street Fighter IV que virou Game Cade.
Os Arcades Hoje
Atualmente as casas de diversão eletrônicas estão quase extintas, sobrando algumas em shoppings ou uma máquina em alguma padaria/bar/lanchonete (Geralmente Neo Geo MVS). Algumas franquias, como a Magic Games adaptam videogames (Playstation 3 e X-Box 360) naquele velho esquema de 1 ficha = 10 minutos. Lá também tem uma adaptação arcade de Rock Band.
Assim, termino mais uma edição de Recordar é Viver com esse passeio meio que cronológico aos arcades gambiarra. E você tem mais alguma lembrança desse tempo?
Um comentário:
Essa fase dos fliperamas eu peguei muito pouco, por aqui até a chegada das lan houses, imperou foi a ficha / crédito mesmo. O que eu mais detestava nessas máquinas é que você era praticamente obrigado a colocar duas fichas, pois principalmente por conta dos loading não dava pra zerar os jogos.
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