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24 outubro 2025

A Verdade Oculta no Filme Bad Ronald (1974): Como a Superproteção Destrói a Masculinidade


 


O telefilme Bad Ronald (1974), dirigido por Buzz Kulik e baseado no romance de Jack Vance, é mais do que um suspense psicológico — é um estudo sombrio sobre o fracasso da maturidade masculina. Já João de Ferro: Um Livro Sobre Homens (1986), de Robert Bly, oferece justamente a cura simbólica para esse colapso:




Ambos expõem o mesmo dilema: o homem que nunca se separa do “reino da mãe” e, por isso, não encontra sua força interior.



A prisão invisível: quando o amor materno vira dependência



Em Bad Ronald, o jovem Ronald Wilby, de 15 anos, vive sob o domínio da mãe, Elaine, uma mulher superprotetora e manipuladora. Após causar acidentalmente a morte de uma garota, ele é escondido por ela em um quarto secreto da casa. O lar torna-se então uma “caverna materna” literal e simbólica — o espaço onde o menino é sufocado pela proteção e privado da vida real.


Ronald passa meses trancado, alimentando-se da mãe, de seus desenhos e de suas fantasias. Quando Elaine morre, ele enlouquece: cria um mundo imaginário e transforma a filha da nova família, Ellen, em sua “princesa”. O isolamento destrói sua identidade — ele se torna esquelético, animalesco, psicótico, incapaz de distinguir desejo de posse.

Robert Bly chamaria isso de “complexo materno tóxico”: quando a mãe, nutridora e devoradora ao mesmo tempo, impede o filho de crescer. Em vez de guiar, ela o retém. Em vez de amor, oferece dependência emocional.



 Ronald: o arquétipo do  “menino dourado” de Bly

No mito estudado por Bly, o príncipe de João de Ferro vive sob o domínio da rainha — outra mãe que controla o acesso ao poço onde está preso o Homem Selvagem, símbolo da força, dor e instinto masculino. O jovem, “dourado” pela proteção materna, teme roubar a chave que libertaria o homem selvagem.



Esse gesto — descer ao poço e enfrentar o que há de bruto — é a iniciação masculina. É o que Ronald jamais faz. Ele teme o mundo, teme o olhar do outro, teme a dor. Sua única segurança está nas paredes do quarto, onde a fantasia substitui a experiência.

Para Bly, isso é o retrato do homem moderno não iniciado: sensível, mas frágil; criativo, mas incapaz de se sustentar emocionalmente; rebelde, mas preso à aprovação materna.



Quando falta o pai, sobra a sombra

A ausência paterna é o ponto em comum entre o filme e o mito. Ronald cresce sem figura masculina — e sem ela, sua energia interior se volta para dentro, transformando-se em paranoia e fúria reprimida.


No conto de João de Ferro, o “pai simbólico” é o próprio homem selvagem: aquele que ensina a força, a honra e o autocontrole. É o mentor que falta a Ronald.

Bly explica que, sem esse guia, o homem desenvolve o que chama de “machismo doente”: uma masculinidade que não sabe proteger nem sentir, e que expressa poder apenas pela violência.
Ronald é a encarnação desse colapso: o “homem de ferro enferrujado”, deformado pela ausência de iniciação e pelo domínio materno.





As soluções de Bly: como curar o que destruiu Ronald

Robert Bly propõe o que Bad Ronald nunca teve: um caminho para restaurar o equilíbrio perdido entre o masculino e o feminino.
As soluções apresentadas em João de Ferro são, em essência, o antídoto para a tragédia de Ronald:

  • Ritos de passagem: o menino precisa viver a dor, o erro e a responsabilidade para amadurecer.

  • Mentores masculinos: homens mais velhos que guiem os jovens na jornada da força e do propósito.

  • Aceitação da dor: aprender a sofrer e suportar o desconforto é o que cria a espinha dorsal do homem íntegro.

  • Integração da sombra: enfrentar o próprio lado selvagem, em vez de reprimi-lo, para transformar impulso em criação.

O que Ronald fez — esconder-se — é o oposto da iniciação. O que Bly propõe — confrontar-se — é o caminho da cura.



Ronald é o espelho partido do homem moderno


Bad Ronald é o retrato de uma masculinidade abortada, aprisionada pelo amor sufocante e pela ausência de iniciação.


João de Ferro oferece o mapa da libertação: o homem que desce ao poço, encara o selvagem e emerge completo.


Ronald é o príncipe que nunca roubou a chave — e por isso ficou preso no escuro.
Bly nos lembra: só quem enfrenta a sombra encontra a luz.



Sobre o Filme.

O filme Bad Ronald (1974), dirigido por Buzz Kulik e roteirizado por Clifford Campion, baseado na obra de Jack Vance, traz no elenco Scott Jacoby (Ronald), Kim Hunter (Elaine), Pippa Scott (Helen Wood), Dabney Coleman (Charles Wood) e Lisa Eilbacher (Ellen). Com 74 minutos de duração, o longa é um terror psicológico/suspense produzido pela ABC Circle Films (EUA). Basado na obra de Jack Vance, publicado originalmente pela Underwood-Miller em 1973, tem cerca de 192 páginas e mistura ficção e terror psicológico.

Sobre o Livro.

Já o ensaio João de Ferro – Um Livro Sobre Homens, de Robert Bly, lançado pela Addison-Wesley (1990) e traduzido no Brasil pela Rocco (1992), possui 272 páginas e aborda temas de psicologia masculina e mitopoética.

Para quem busca insights sobre iniciação masculina, dependência materna e masculinidade moderna, esse paralelo entre filme e livro é essencial para compreender as dinâmicas familiares tóxicas e o processo de amadurecimento emocional.



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