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01 dezembro 2025

A Real Razão Pela Qual o Autismo Leve Quase Nunca É Diagnosticado Cedo

 


Por Dr. Paulo Liberalesco – Diretor do CERENA (Centro de Reabilitação Neuropediátrica, Curitiba-PR)


Imagine uma pergunta simples — daquelas que qualquer mãe, com carinho e preocupação, poderia fazer: “Por que foi tão difícil descobrir que meu filho tinha autismo nível 1, mesmo ele mostrando sinais desde criança?” — Mas essa suposta “simplicidade” esconde várias camadas de complexidade.


O que diz o manual: critérios formais para diagnóstico


Para alguém ser diagnosticado com TEA nível 1, é preciso cumprir todos os critérios principais descritos no Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM):

Déficits na comunicação e interação social;

Padrões restritos e repetitivos de comportamento/interesses;

Prejuízo significativo em algum contexto — escolar, social ou ocupacional.


Ou seja: não basta “achar parecido”. Não dá para “pegar um ou dois sinais” e concluir que é TEA. É necessário que os três grupos de critérios estejam presentes, mesmo que de forma sutil.

Se esses critérios são atendidos, os sintomas têm intensidade menor — ou seja: a pessoa exige menos suporte. Mas a presença dos critérios é indispensável.


 

 Por que o diagnóstico “leve” costuma passar despercebido





Sinais sutis e menos intensos



No autismo nível 1, os sinais não são gritantes como em formas mais intensas. Muitas vezes, a sociabilidade, a comunicação ou os comportamentos repetitivos são discretos — não “escandalosos”. Isso exige um olhar treinado para notar essas diferenças.


 Mistura com outros quadros neuropsiquiátricos


Muitas pessoas com TEA nível 1 também têm traços de outros transtornos (como TDAH, por exemplo). Isso pode “mascarar” o autismo — e acabar desviando a atenção do que realmente está por trás.


Estereótipos sobre o “autista típico”


Ainda há a ideia — equivocada — de que “autista” é só aquela criança que não se comunica, que balança o corpo, vive isolada. Se a pessoa convive, fala e socializa, mesmo que de forma diferente, muitos profissionais ou familiares descartam automaticamente a hipótese de TEA.


Comportamentos atípicos “por cima”


No nível 1, nem sempre há retraimento. Às vezes, há exageros — excesso de fala, impulsividade, hipersensibilidade sensorial — o que colide com o estereótipo de “quietude” e “isolamento” do autismo. Isso faz com que o autista seja visto como “excêntrico”, “diferente” — mas não como autista.


Máscara social e adaptação



Existe o chamado “mascaramento”: imitam comportamentos socialmente aceitos, forçando uma adaptação. Isso faz com que muitos casos só sejam identificados na adolescência ou adulto, quando o desgaste emocional torna insustentável manter a “máscara”.

Por que é fundamental que as avaliações sejam detalhadas e cuidadosas


Quando alguém procura uma avaliação para autismo nível 1, não basta “desconfiança” ou “suspeita”. É essencial que o profissional — psicólogo, neuropediatra ou psiquiatra — faça uma análise clínica completa: considere a história de vida, observe comportamentos em diferentes contextos, avalie comunicação, rotina, interesses, interação social, reações sensoriais, entre outros aspectos.

Avaliação superficial ou baseada apenas em “achismos” corre alto risco de falso negativo (não diagnosticar) — e, pior, de deixar a pessoa sem o apoio e as adaptações que poderiam fazer toda a diferença em sua vida.


A diferença que faz toda a vida



Quando o diagnóstico é feito corretamente, mesmo sendo “leve”, abre-se um leque de possibilidades: intervenções terapêuticas, adaptações escolares ou laborais, suporte emocional e social — aquilo que transforma rotinas, relações e autoestima.

Por isso, não basta “achar parecido”. É preciso que os critérios do DSM sejam respeitados. E, acima de tudo, que o olhar seja sensível e informado, livre de preconceitos ou estereótipos.


Se você já passou por isso — como a mãe da história que citei — ou já desconfiou de um diagnóstico tardio: compartilhe sua experiência aqui nos comentários 👇. Vamos juntos ampliar a compreensão sobre o autismo leve, dar visibilidade aos casos invisíveis e fortalecer uma comunidade de apoio.



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