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13 agosto 2025

Felca e a Adultização: Entre Denúncias Legítimas e Oportunismo Político

 



Senhoras e senhores, vivemos tempos sombrios. O que vocês estão prestes a ler é um assunto extremamente sério, e assumo qualquer consequência que possa advir de mexer neste vespeiro. Sempre existirão aqueles que se aproveitarão dos números em benefício próprio, ainda que estes números tenham sido produzidos por outra pessoa. Isso não é novidade quando pensamos em YouTube, entretenimento, números e engajamento.

O Paradoxo das Redes Sociais

A pergunta que deveríamos estar fazendo é a seguinte: por que precisa um influenciador/youtuber fazer o trabalho que outros mais capacitados e com poder de decisão já deveriam ter feito? Por que um determinado grupo de pessoas abraçou a causa que outrora era motivo de gozação? As mesmas pessoas que acham que está tudo bem crianças participarem de certas "paradas", se é que vocês me entendem.

Se de fato apoiam esta causa, por que as mesmas pessoas há pouco tempo atrás demonizaram um filme como "Sound of Freedom"? Estas mesmas pessoas calaram-se perante outros casos. De um lado você tem a esquerda querendo falar que é contra a pedofilia para justificar a censura das redes sociais e, do outro lado, a mesma esquerda dizendo que Damares Alves denunciando tráfico infantil no Marajó é "teoria da conspiração", que filmes como "Sound of Freedom" são propaganda imperialista americana, dizendo que o funk, que sexualiza jovens meninas periféricas, é cultura brasileira. Quando é conveniente para eles tentarem justificar a censura das redes sociais, aí eles abraçam porque viralizou.

A Criança como Esponja

Costumo dizer que a criança é como uma esponja e, como tal, inevitavelmente irá absorver aquilo que está ao seu redor. Todos nós já fomos esponjas e hoje, homens feitos (termo que engloba também vocês, mulheres), sabemos muito bem que nosso entorno será fundamental para o nosso desenvolvimento como seres humanos.

Viralização e Timing Suspeito

A menos que você seja um monge tibetano em profunda meditação nos últimos dias, já deve estar sabendo do vídeo do Felca intitulado "Adultização". Após a viralização do vídeo, que já conta com mais de 27 milhões de views, a galera que fez a "letrinha do amor" brotou, principalmente no Twitter, para parabenizar o influencer. Alguns deles muito engajados, por sinal.

Não podemos deixar de destacar a estranheza do timing deste vídeo. Não podemos deixar de notar que já tem deputado pedindo pela milésima vez que pautem a regulamentação das redes sociais.

As Denúncias

O influenciador digital Felca denunciou crimes contra crianças e adolescentes por meio de vídeos e publicações que apontam para perfis de plataformas como Instagram e TikTok. Segundo Felca, os vídeos promovem a adultização e a sexualização de menores. As denúncias citam especialmente uma jovem que, segundo Felca, foi inserida em um universo de danças sensuais, interações amorosas e festas com adultos.

Outro influenciador com milhões de seguidores foi citado e ficou conhecido por vídeos ao lado de crianças e adolescentes, sendo investigado pelo Ministério Público da Paraíba. O MP avalia se o conteúdo veiculado nas redes sociais possui teor sexualizado e, portanto, fere os direitos da criança e dos adolescentes.

Uma pergunta permanece: derrubaram a conta do "Hytalo" Santos? Derrubaram. Demorou? Porque pelo que ele mostrava, outros já foram prejudicados por muito menos. Vai contra as diretrizes, não vai? Eu não sei como funcionam as agências de fiscalização, as agências de checagem, mas vou saber um dia.

Divergências e o Passado Revirado

É justamente neste ponto que as divergências e confluências se encontram. De um lado, aqueles que afirmam que não há nada de estranho e que tais alegações são divagações de pessoas que veem conspiração em tudo. Do outro, aqueles que afirmam que o Felca supostamente já fora cooptado por pessoas mais "progressistas".

Em meio às discussões, o passado é revirado. Postagens como a da assessora do youtuber, onde ela afirma que pedofilia trata-se de uma parafilia, são usadas para apontar supostas contradições.

Vale lembrar que Felca já havia causado polêmica anterior com as lives de NPC no TikTok. O próprio influenciador refletiu sobre o fenômeno: "A coisa viralizou. Todo mundo começou a fazer igual. Todo mundo se humilhando por migalha. Muitas mães envergonhadas com os filhos. Muita mãe falando: 'Eu criei meu filho para coisa grandiosa', agora ele está usando peruca e batom pedindo dinheiro."

O TikTok acabou tomando providências, restringindo lives de NPC após a onda viral. Como o próprio Felca declarou: "Acreditem, o que a gente fez mudou a regra de uma rede social para sempre."

Herói ou Vilão?

Muitos já trataram Felca como uma espécie de "Batman" digital. Estamos diante de um herói ou ele não passa de mais um vilão? A questão permanece em aberto.

O teor do vídeo do Felca expõe a bizarra e precoce adultização de várias crianças, teoricamente sob aprovação dos responsáveis, que teriam permitido que influenciadores produzissem conteúdo no qual claramente não deveria haver menores de idade como protagonistas.

Aguardando os Desdobramentos

Aos que interessa a pauta da regulamentação das redes, aproveitarão qualquer oportunidade para trazê-la de volta à mesa. Enquanto isso, assuntos em alta que não gostariam que estivessem perdem-se em meio a uma espécie de cortina de fumaça.

Portanto, ouso dizer que nos resta aguardar para saber se as alegações da galera em relação à atitude do Felca de fato esconde algum objetivo escuso. Aguardemos para saber se estamos diante de mais um "cavalo de Troia". Aguardemos para saber se estamos diante de mais uma "Comédia Divina".

Claro que ainda não temos como saber se o Felca está se achegando ao lado sombrio da força ou se foi apenas coincidência e oportunismo de uma galera que sente falta do tempo em que a televisão era o senhor das consciências. Para regulamentar as redes sociais, eles não desistirão. Nos resta saber se a população, o senador em quem você votou ou a magistratura irá permitir.

No mais, todos são livres para conjecturar.



@pabloinforma1 O influenciador Felca participará do programa Altas Horas, de Serginho Groisman, na Globo, para comentar o impacto de seu vídeo viral denunciando a sexualização de menores na internet. A participação deve abordar a repercussão do conteúdo e a importância de discutir o tema nas redes sociais e na TV aberta. 📌 Fonte: serginhogroisman #Felca #AltasHoras #Globo #Internet #pabloinforma ♬ som original - pabloinforma1
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04 agosto 2025

Censura Econômica e o Fim da Liberdade nos Videogames

Quando até o seu cartão se torna uma mordaça.

Bem, eu imagino que você já deva saber o que está acontecendo, né? A respeito de um certo joguete de chantagem, manipulação e censura financeira em cima de videogames, a partir de certas financeiras — ou seja, bandeiras de cartão de crédito.

Muitas vezes o único caminho viável para comprar jogos em plataformas virtuais acaba sendo sabotado em mais um desdobramento da tal hipocrisia industrial, que desagua muito mais no consumo de videogames do que em muitas outras obras. Já falei disso várias vezes aqui em vídeos de opinião, e sempre aparece algum imbecil dizendo que eu tô exagerando, que sou louco, conspiracionista.

Claro, sempre tem também um ou outro debiloide: “Ah, mas esses negócios de anime, conteúdo adulto, é coisa de depravado, de gente doente.” Sempre aparece um babaca pagando de moralista, né? Enquanto na intimidade testa vibração de joystick desde o primeiro DualShock — eu tô ligado.

Mas enfim, esse não é o ponto. O ponto é que entretenimento adulto não inclui apenas erotismo — que você tem o completo direito de consumir, ao menos devia. Muitos grandes artistas passaram, de alguma forma, por algo considerado “adulto”: jogos, filmes, livros, quadrinhos violentos, bizarros, eróticos.

Esse tipo de obra oferece um ambiente de desenvolvimento criativo onde o artista cria livremente, sem pressão. Por isso tantas grandes histórias da ficção são de classificação adulta. Não porque toda obra adulta é incrível, mas porque o reprovável por falsos moralistas é um campo fértil para começar a criar, mesmo com pseudônimos, como tantos escritores já fizeram.

Essa, meu amigo, é a magia da liberdade. Crescemos acreditando que liberdade de escolha era uma conquista. Que ao ser adulto, você teria o direito de decidir o que consumir, ler, assistir, jogar. Que bastando algum dinheiro no bolso, o mundo estaria ao alcance de um clique.

Aí começa o bloqueio. Não o bloqueio institucional com juízes e polícia. Não uma censura estatal. Mas o cursor travando quando você tenta comprar um jogo na Steam. Talvez um jogo adulto, legalmente vendido, com classificação indicativa, descrições honestas — o tipo de conteúdo que você não só tem o direito de consumir, mas que faz parte da pluralidade cultural.

Por trás da recusa está uma articulação silenciosa entre empresas de cartão de crédito e grupos moralistas, fazendo processadoras banirem jogos considerados “problemáticos”. O problema é: quem decide o que é problemático?

Esse tipo de entretenimento é o último bastião da liberdade. Quando ele é atacado, todo o resto pode ser relativizado. Qual o próximo passo?

Steam e operadoras de cartão estão dobrando o joelho à moral fabricada. Jogos foram deslistados, desenvolvedores silenciados, e você ficou com a sensação desconfortável de que algo escapou do seu controle: sua liberdade de escolha.

O que acontece com os jogos adultos na Steam não é um caso isolado. É um modelo em expansão. Uma forma de controle mais insidiosa, mais eficiente, mais covarde. Chama-se censura econômica.

O truque é engenhoso. Não se discute se o conteúdo é legal ou válido. A questão é se os intermediários querem associar sua marca àquilo. Com uma linha de código, empresas como Visa, Mastercard, PayPal, Stripe te impedem de adquirir algo.

Nenhuma lei é violada. Nenhum escândalo estoura. Apenas uma atualização nos termos de serviço que ninguém leu. Essa é a nova censura: não há guerra, apenas a torneira fechada. Quando o povo é gado, não precisa tanque de guerra.

E, claro, isso não é cuidado. Isso é poder. Um poder covarde que censura sem se comprometer, que impõe silêncio sem gerar manchete. Quem controla o fluxo de dinheiro controla o que pode existir no mercado — e decide o que é cultura.

Enquanto isso, apostas online, loot boxes, microtransações abusivas continuam firmes, mesmo explorando crianças e vulneráveis. Mas um jogo adulto com narrativa, uma visual novel de estúdio indie? Criminoso!

O jogo só permanece se for domesticado, higienizado, adequado ao padrão moral flutuante. Isso não é proteção. Isso é opressão.

A censura moderna não proíbe. Ela desaparece com o conteúdo. E é isso que a torna perigosa. Porque o consumidor médio ainda acredita que é dono da própria carteira. Mas não é.

O que está em jogo é a sua autonomia. Seu direito de consumir cultura adulta, de acessar histórias densas, complexas, ousadas. De decidir o que vale ou não seu tempo e seu dinheiro.

A GOG deu o contra-ataque. Em uma ação política, lançou a campanha Freedom to B, liberando 13 jogos adultos de graça por 48 horas. Não era sobre lucro. Era sobre mensagem.

Jogadores começaram a se organizar. Boicotes. Petições. Pressionar operadoras com telefonemas, comentários públicos. A luta é longa, porque o sistema é fechado. Tudo se encaixa. Tudo se protege sob a máscara da moderação e da segurança.

Você só queria jogar um título adulto no fim de semana e foi arrastado para uma guerra cultural. As plataformas dizem estar “seguindo diretrizes”. Os grupos moralistas se dizem preocupados. Mas ninguém diz quem criou essas regras.

Tudo isso é eficaz porque ninguém assume responsabilidade. O que está em jogo não é pornografia ou violência — é liberdade de expressão artística.

Videogames são hoje a maior indústria de entretenimento do planeta. Mas continuam tratados como parque infantil. A arte se expande, mas só até onde os bancos deixam.

Você pode dirigir, se casar, ser preso, mas não pode comprar um jogo que desafia convenções. Porque alguém, em algum lugar, achou que isso poderia dar problema.

Essa partida não é na tela. É na sua mente. Contra a escravização da sua alma. Contra o cerceamento da sua liberdade.

Não aceite calado. Denuncie. Questione. Faça barulho.

Não é sobre sexo, violência, ou pornografia. É sobre autonomia.
É sobre não permitir que uma bandeira de cartão decida o que você pode sentir, pensar ou criar.

Fonte: Censura nos Games do canal Baião Games.