21 abril 2022

[Crítica do Koi #7] Viva, a Vida é Uma Festa (2019)

 



Estou de volta, depois de um tempo que passei sem escrever por conta de uma dor no Ombro. Aproveitei algum tempo para ver alguns filmes, entre recomendações e filmes que tinha interesse mesmo. Hoje resolvi analisar a animação da Pixar: Viva, A Vida é Uma Festa. A base será o tema que animação toca, que é a morte a lembrança, e como a animação desenvolve o tema, será que teremos algo melhor que O Bom Dinossauro ou Toy Story 4? É o que veremos a seguir.


Introdução.


O Ser Humano gosta de ser lembrando, por isso deseja ser importante por algum feito: seja ele bom ou ruim. Seja pelo nome, pelo valor do que faz ou a busca de ser reconhecido ou famoso por alguma habilidade ou algo que tem a fornecer. A temática do filme se passa na lembrança que os vivos mantém de seus parentes ou o legado que algum deles deixou pra você e que você tenha que sentir orgulho e valor. O filme se passa no Dia dos Mortos, no qual famílias fazem altares com fotos de seus entes queridos e antepassados que se foram, isso é que culturalmente mantém a  existência deles no outro plano. 



A animação nos apresenta o protagonista Miguel, um jovem de uma família de sapateiros que deseja ser cantor e é fã de um falecido cantor local - Ernesto de La Cruz, porém sua família não quer que ele tenha contato com música devido a seu bisavô ter desaparecido após deixar a sua família afim de tentar fama no meio, o que fez com que sua tataravó ingressasse no ramo de sapatos. A família cultiva uma aversão surreal de música e o proíbe de ter contato com a mesma.




Inspirado pelo seu ídolo, cujo o lema é agarre seu sonho, ele planeja se inscrever numa competição local que acontece no período de finados. No interim da história uma foto de sua avó Inês com seus antepassados se quebra revelando uma terceira pessoa que o leva a crer ser o Ernesto como seu parente e liga a raiva de seus familiares com o mundo da música. Ao se posicinar e mencionar toda história é advertido e seu violão é quebrado. 



Ainda assim, ele não desiste da competição e vai até o mausoléu de seu ídolo, cujo ele achar ser seu parente, e pega o violão. O problema todo do filme é que isto é usado como uma condição de passagem para o mundo dos mortos nesse dia, o argumento abre precedente para que outros vivos também pudessem fazer o mesmo. O que quebra a condição especial da jornada do protagonista.

E dentro desse mundo pós vida ele precisa de conseguir a benção dos seus familiares, que também não aceitam que ele siga o caminho da música. Também sem muito a revelar, o que enriqueceria a jornada e a condição do menino neste cenário.

O Ato do concurso em que Miguel comete gafes e mostra receio do seu talento se mostra muityo atrificial é mal construído. Não tenho nada contra um protagonista ter defeitos, mas que isso seja mostrado como algo a se superar. É estranho um garoto que sonha em ser músico e não se mostra com talento, para uma história com temática fantástica isso seria no mínimo essencial ao protagonista. Porque se você está vivendo uma história de sonhos e objetivos, ele teria que mostrar tal capacidade. 


O Problema do Vilão.



Se não bastasse o problemas de estabelecimento de roteiro e narrativa, chegamos a um ponto que é o segundo maior erro do filme (o primeiro vou explicar mais a frente): O vilão. Atribuir a alcunha de vilão ao Ernesto na trama transparece a mensagem de ataque o sucesso, que o filme o trata como um ato tolo. A motivação do vilão em matar seu amigo que compunha as músicas é sem sentido? A explicação é extremamente mal feita. 


O Desenvolvimento da Relação Família x Sonhos.


O mal estabelecimento deste conceito é totalmente superficial: seguir um sonho não é necessariamente abandonar a família. Buscar isso não é ruim, você pode lembrar suas origens e visitar, recordar as mesmas. Você lembra quando se tem estima, é assim que é o amor, se cria laços. A raposa do Pequeno Príncipe dizia: "me cative que eu lembrarei de ti". 


Isso leva a outro ponto, Hector o "Papá" de Miguel assassinado pelo vilão é odiado sem motivo convincente, já que é revelado posteriormente que ele escrevia para sua família. A "Mama" Inês guardava as cartas e ela que mantinha a lembrança dele no outro mundo. Isso vem o próximo problema do filme...


A Inês.


A cena final da "Mamá" do menino passa de uma pessoa com debilidade para uma pessoa senil, entregando toda a verdade sobre Hector, quando você junta com a ideia que o filme estabelece e tudo praticamente diz que a jornada de Miguel pelo mundo dos mortos foi totalmente em vão. Hector não tinha a urgência de no outro mundo mandar um foto dele para a família (aliás em teoria nem tinha motivo para ser odiado, nem para sua família odiar a música), a sua filha tinha a parte rasgada da foto todos esses anos, bem como as músicas que ele compunha. A música Lembra de Mim, cantada pelo De La Cruz, ela feito para ela!  Isso é de deixar com cara no chão.




Conclusão.


O filme tem um tema interessante a ser explorado, de uma forma que é tocante e emociona. Isso se você não se irritar com muita coisa mal estabelecida. Como disse no início do texto a gente sempre gosta de lembrar e de ser lembrado. Temos saudades de quem partiu e as guardamos boas lembranças disso, só que o filme acaba cometendo erros de roteiro complicados de se relevar, lembrando animações de estúdios concorrentes a Disney nos anos 90. Isso vindo de um estúdio, hoje megacorporação, que tinha como forte um capricho e nos tocava harmoniosamente com emoção e racional cometendo esse tipo de problema com uma execução de uma história não é bom sinal.







Nenhum comentário: