13 agosto 2025

Felca e a Adultização: Entre Denúncias Legítimas e Oportunismo Político

 



Senhoras e senhores, vivemos tempos sombrios. O que vocês estão prestes a ler é um assunto extremamente sério, e assumo qualquer consequência que possa advir de mexer neste vespeiro. Sempre existirão aqueles que se aproveitarão dos números em benefício próprio, ainda que estes números tenham sido produzidos por outra pessoa. Isso não é novidade quando pensamos em YouTube, entretenimento, números e engajamento.

O Paradoxo das Redes Sociais

A pergunta que deveríamos estar fazendo é a seguinte: por que precisa um influenciador/youtuber fazer o trabalho que outros mais capacitados e com poder de decisão já deveriam ter feito? Por que um determinado grupo de pessoas abraçou a causa que outrora era motivo de gozação? As mesmas pessoas que acham que está tudo bem crianças participarem de certas "paradas", se é que vocês me entendem.

Se de fato apoiam esta causa, por que as mesmas pessoas há pouco tempo atrás demonizaram um filme como "Sound of Freedom"? Estas mesmas pessoas calaram-se perante outros casos. De um lado você tem a esquerda querendo falar que é contra a pedofilia para justificar a censura das redes sociais e, do outro lado, a mesma esquerda dizendo que Damares Alves denunciando tráfico infantil no Marajó é "teoria da conspiração", que filmes como "Sound of Freedom" são propaganda imperialista americana, dizendo que o funk, que sexualiza jovens meninas periféricas, é cultura brasileira. Quando é conveniente para eles tentarem justificar a censura das redes sociais, aí eles abraçam porque viralizou.

A Criança como Esponja

Costumo dizer que a criança é como uma esponja e, como tal, inevitavelmente irá absorver aquilo que está ao seu redor. Todos nós já fomos esponjas e hoje, homens feitos (termo que engloba também vocês, mulheres), sabemos muito bem que nosso entorno será fundamental para o nosso desenvolvimento como seres humanos.

Viralização e Timing Suspeito

A menos que você seja um monge tibetano em profunda meditação nos últimos dias, já deve estar sabendo do vídeo do Felca intitulado "Adultização". Após a viralização do vídeo, que já conta com mais de 27 milhões de views, a galera que fez a "letrinha do amor" brotou, principalmente no Twitter, para parabenizar o influencer. Alguns deles muito engajados, por sinal.

Não podemos deixar de destacar a estranheza do timing deste vídeo. Não podemos deixar de notar que já tem deputado pedindo pela milésima vez que pautem a regulamentação das redes sociais.

As Denúncias

O influenciador digital Felca denunciou crimes contra crianças e adolescentes por meio de vídeos e publicações que apontam para perfis de plataformas como Instagram e TikTok. Segundo Felca, os vídeos promovem a adultização e a sexualização de menores. As denúncias citam especialmente uma jovem que, segundo Felca, foi inserida em um universo de danças sensuais, interações amorosas e festas com adultos.

Outro influenciador com milhões de seguidores foi citado e ficou conhecido por vídeos ao lado de crianças e adolescentes, sendo investigado pelo Ministério Público da Paraíba. O MP avalia se o conteúdo veiculado nas redes sociais possui teor sexualizado e, portanto, fere os direitos da criança e dos adolescentes.

Uma pergunta permanece: derrubaram a conta do "Hytalo" Santos? Derrubaram. Demorou? Porque pelo que ele mostrava, outros já foram prejudicados por muito menos. Vai contra as diretrizes, não vai? Eu não sei como funcionam as agências de fiscalização, as agências de checagem, mas vou saber um dia.

Divergências e o Passado Revirado

É justamente neste ponto que as divergências e confluências se encontram. De um lado, aqueles que afirmam que não há nada de estranho e que tais alegações são divagações de pessoas que veem conspiração em tudo. Do outro, aqueles que afirmam que o Felca supostamente já fora cooptado por pessoas mais "progressistas".

Em meio às discussões, o passado é revirado. Postagens como a da assessora do youtuber, onde ela afirma que pedofilia trata-se de uma parafilia, são usadas para apontar supostas contradições.

Vale lembrar que Felca já havia causado polêmica anterior com as lives de NPC no TikTok. O próprio influenciador refletiu sobre o fenômeno: "A coisa viralizou. Todo mundo começou a fazer igual. Todo mundo se humilhando por migalha. Muitas mães envergonhadas com os filhos. Muita mãe falando: 'Eu criei meu filho para coisa grandiosa', agora ele está usando peruca e batom pedindo dinheiro."

O TikTok acabou tomando providências, restringindo lives de NPC após a onda viral. Como o próprio Felca declarou: "Acreditem, o que a gente fez mudou a regra de uma rede social para sempre."

Herói ou Vilão?

Muitos já trataram Felca como uma espécie de "Batman" digital. Estamos diante de um herói ou ele não passa de mais um vilão? A questão permanece em aberto.

O teor do vídeo do Felca expõe a bizarra e precoce adultização de várias crianças, teoricamente sob aprovação dos responsáveis, que teriam permitido que influenciadores produzissem conteúdo no qual claramente não deveria haver menores de idade como protagonistas.

Aguardando os Desdobramentos

Aos que interessa a pauta da regulamentação das redes, aproveitarão qualquer oportunidade para trazê-la de volta à mesa. Enquanto isso, assuntos em alta que não gostariam que estivessem perdem-se em meio a uma espécie de cortina de fumaça.

Portanto, ouso dizer que nos resta aguardar para saber se as alegações da galera em relação à atitude do Felca de fato esconde algum objetivo escuso. Aguardemos para saber se estamos diante de mais um "cavalo de Troia". Aguardemos para saber se estamos diante de mais uma "Comédia Divina".

Claro que ainda não temos como saber se o Felca está se achegando ao lado sombrio da força ou se foi apenas coincidência e oportunismo de uma galera que sente falta do tempo em que a televisão era o senhor das consciências. Para regulamentar as redes sociais, eles não desistirão. Nos resta saber se a população, o senador em quem você votou ou a magistratura irá permitir.

No mais, todos são livres para conjecturar.



@pabloinforma1 O influenciador Felca participará do programa Altas Horas, de Serginho Groisman, na Globo, para comentar o impacto de seu vídeo viral denunciando a sexualização de menores na internet. A participação deve abordar a repercussão do conteúdo e a importância de discutir o tema nas redes sociais e na TV aberta. 📌 Fonte: serginhogroisman #Felca #AltasHoras #Globo #Internet #pabloinforma ♬ som original - pabloinforma1
Bem....

04 agosto 2025

Censura Econômica e o Fim da Liberdade nos Videogames

Quando até o seu cartão se torna uma mordaça.

Bem, eu imagino que você já deva saber o que está acontecendo, né? A respeito de um certo joguete de chantagem, manipulação e censura financeira em cima de videogames, a partir de certas financeiras — ou seja, bandeiras de cartão de crédito.

Muitas vezes o único caminho viável para comprar jogos em plataformas virtuais acaba sendo sabotado em mais um desdobramento da tal hipocrisia industrial, que desagua muito mais no consumo de videogames do que em muitas outras obras. Já falei disso várias vezes aqui em vídeos de opinião, e sempre aparece algum imbecil dizendo que eu tô exagerando, que sou louco, conspiracionista.

Claro, sempre tem também um ou outro debiloide: “Ah, mas esses negócios de anime, conteúdo adulto, é coisa de depravado, de gente doente.” Sempre aparece um babaca pagando de moralista, né? Enquanto na intimidade testa vibração de joystick desde o primeiro DualShock — eu tô ligado.

Mas enfim, esse não é o ponto. O ponto é que entretenimento adulto não inclui apenas erotismo — que você tem o completo direito de consumir, ao menos devia. Muitos grandes artistas passaram, de alguma forma, por algo considerado “adulto”: jogos, filmes, livros, quadrinhos violentos, bizarros, eróticos.

Esse tipo de obra oferece um ambiente de desenvolvimento criativo onde o artista cria livremente, sem pressão. Por isso tantas grandes histórias da ficção são de classificação adulta. Não porque toda obra adulta é incrível, mas porque o reprovável por falsos moralistas é um campo fértil para começar a criar, mesmo com pseudônimos, como tantos escritores já fizeram.

Essa, meu amigo, é a magia da liberdade. Crescemos acreditando que liberdade de escolha era uma conquista. Que ao ser adulto, você teria o direito de decidir o que consumir, ler, assistir, jogar. Que bastando algum dinheiro no bolso, o mundo estaria ao alcance de um clique.

Aí começa o bloqueio. Não o bloqueio institucional com juízes e polícia. Não uma censura estatal. Mas o cursor travando quando você tenta comprar um jogo na Steam. Talvez um jogo adulto, legalmente vendido, com classificação indicativa, descrições honestas — o tipo de conteúdo que você não só tem o direito de consumir, mas que faz parte da pluralidade cultural.

Por trás da recusa está uma articulação silenciosa entre empresas de cartão de crédito e grupos moralistas, fazendo processadoras banirem jogos considerados “problemáticos”. O problema é: quem decide o que é problemático?

Esse tipo de entretenimento é o último bastião da liberdade. Quando ele é atacado, todo o resto pode ser relativizado. Qual o próximo passo?

Steam e operadoras de cartão estão dobrando o joelho à moral fabricada. Jogos foram deslistados, desenvolvedores silenciados, e você ficou com a sensação desconfortável de que algo escapou do seu controle: sua liberdade de escolha.

O que acontece com os jogos adultos na Steam não é um caso isolado. É um modelo em expansão. Uma forma de controle mais insidiosa, mais eficiente, mais covarde. Chama-se censura econômica.

O truque é engenhoso. Não se discute se o conteúdo é legal ou válido. A questão é se os intermediários querem associar sua marca àquilo. Com uma linha de código, empresas como Visa, Mastercard, PayPal, Stripe te impedem de adquirir algo.

Nenhuma lei é violada. Nenhum escândalo estoura. Apenas uma atualização nos termos de serviço que ninguém leu. Essa é a nova censura: não há guerra, apenas a torneira fechada. Quando o povo é gado, não precisa tanque de guerra.

E, claro, isso não é cuidado. Isso é poder. Um poder covarde que censura sem se comprometer, que impõe silêncio sem gerar manchete. Quem controla o fluxo de dinheiro controla o que pode existir no mercado — e decide o que é cultura.

Enquanto isso, apostas online, loot boxes, microtransações abusivas continuam firmes, mesmo explorando crianças e vulneráveis. Mas um jogo adulto com narrativa, uma visual novel de estúdio indie? Criminoso!

O jogo só permanece se for domesticado, higienizado, adequado ao padrão moral flutuante. Isso não é proteção. Isso é opressão.

A censura moderna não proíbe. Ela desaparece com o conteúdo. E é isso que a torna perigosa. Porque o consumidor médio ainda acredita que é dono da própria carteira. Mas não é.

O que está em jogo é a sua autonomia. Seu direito de consumir cultura adulta, de acessar histórias densas, complexas, ousadas. De decidir o que vale ou não seu tempo e seu dinheiro.

A GOG deu o contra-ataque. Em uma ação política, lançou a campanha Freedom to B, liberando 13 jogos adultos de graça por 48 horas. Não era sobre lucro. Era sobre mensagem.

Jogadores começaram a se organizar. Boicotes. Petições. Pressionar operadoras com telefonemas, comentários públicos. A luta é longa, porque o sistema é fechado. Tudo se encaixa. Tudo se protege sob a máscara da moderação e da segurança.

Você só queria jogar um título adulto no fim de semana e foi arrastado para uma guerra cultural. As plataformas dizem estar “seguindo diretrizes”. Os grupos moralistas se dizem preocupados. Mas ninguém diz quem criou essas regras.

Tudo isso é eficaz porque ninguém assume responsabilidade. O que está em jogo não é pornografia ou violência — é liberdade de expressão artística.

Videogames são hoje a maior indústria de entretenimento do planeta. Mas continuam tratados como parque infantil. A arte se expande, mas só até onde os bancos deixam.

Você pode dirigir, se casar, ser preso, mas não pode comprar um jogo que desafia convenções. Porque alguém, em algum lugar, achou que isso poderia dar problema.

Essa partida não é na tela. É na sua mente. Contra a escravização da sua alma. Contra o cerceamento da sua liberdade.

Não aceite calado. Denuncie. Questione. Faça barulho.

Não é sobre sexo, violência, ou pornografia. É sobre autonomia.
É sobre não permitir que uma bandeira de cartão decida o que você pode sentir, pensar ou criar.

Fonte: Censura nos Games do canal Baião Games.


27 julho 2025

Gostosofobia: O Novo Puritanismo Disfarçado de Progresso




 A repressão ao desejo sexual, em especial ao desejo heterossexual masculino, tem ganhado novos contornos no século XXI. Mas ao contrário do moralismo conservador de outrora, hoje o ataque vem travestido de progresso, inclusão e justiça social. E os alvos agora são, paradoxalmente, o homem mediano e a mulher bonita.

Tomemos como exemplo o recente caso da atriz Sydney Sweeney, que protagonizou uma campanha publicitária da marca American Eagle. Em um vídeo simples, com 30 segundos de duração, a atriz aparece vestindo jeans e encarando a câmera. O resultado? Um crescimento imediato de mais de 200 milhões de dólares na capitalização da empresa. Porém, o sucesso financeiro foi acompanhado por uma onda de ataques virtuais — não por incompetência artística ou falta de ética, mas por simplesmente ser “gostosa”.

A atriz foi chamada de “piranha”, “chaveirinho de incel”, “loira nojenta” e até de inimiga da liberdade do corpo feminino. O motivo? Representar exatamente aquilo que por décadas foi celebrado na publicidade: a beleza. Mulheres criticando outras mulheres por serem sensuais, militantes acusando uma atriz de destruir valores por exibir o próprio corpo, e uma militância que, sob o pretexto de “desconstruir padrões”, parece desejar destruir qualquer referência ao que é tradicionalmente atraente.

Esse fenômeno, que alguns já chamam de “gostosofobia”, revela um paradoxo: a liberdade pregada por essas vozes não inclui o direito de ser bela, sensual ou desejada, caso você não siga uma agenda específica. Se uma mulher gorda, trans ou negra sexualiza sua imagem, isso é empoderamento. Mas se uma mulher magra, loira e cis faz o mesmo — especialmente se for hétero — então é opressão.

O cenário se repete no universo dos videogames. Em julho de 2025, a Steam, maior plataforma de jogos para PC do mundo, atualizou suas políticas para atender às exigências de processadores de pagamento como Visa e Mastercard, que passaram a vetar jogos que não se alinhem aos “padrões sociais” definidos por grupos militantes, como o Collective Shout, da Austrália.

Mais de 400 jogos foram banidos, a maioria com estética ou temática japonesa, onde personagens femininas sensuais são comuns. Criadores como Yoko Taro (de NieR: Automata) e influenciadores como MoistCr1TiKaL e Asmongold se posicionaram contra a censura, alegando que estão tentando impor regras culturais ocidentais sobre países inteiros. Uma nova cruzada puritana contra a sexualidade ficcional, alimentada por uma hipocrisia flagrante.

Porque, veja bem: se uma personagem voluptuosa em um RPG japonês é “inaceitável”, por que produções ocidentais como 365 Dias ou 50 Tons de Cinza continuam sendo celebradas? Por que o OnlyFans, onde o erotismo é real e comercializado, é amplamente tolerado, enquanto bonecos digitais de anime geram pânico moral?

A resposta talvez esteja no alvo: a repressão moderna não está preocupada com o conteúdo, mas com quem está consumindo e como. Homens comuns — não modelos, não ativistas, não engajados — que ainda se sentem atraídos pelo que a biologia sempre os fez sentir. Esses são os novos pecadores. São chamados de tóxicos, retrógrados, incels. Querem bani-los do direito ao prazer.

E assim, sob a bandeira do progresso, estamos assistindo ao nascimento de uma anti-heterossexualidade institucionalizada — não como conceito médico, mas como narrativa ideológica. Um mundo onde o desejo heterossexual precisa pedir desculpas para existir, e a ficção precisa ser aprovada por comitês de moral pública antes de ser vendida.

Em vez de educar para o consumo responsável e respeitoso da arte e da sexualidade, impõe-se um filtro artificial do que pode ou não ser desejado. Um moralismo de esquerda, travestido de virtude, mas tão repressivo quanto qualquer conservadorismo religioso do passado.

A pergunta é: até quando? Quantas Sydneys, quantos criadores de jogos, quantos homens medianos serão cancelados, rotulados, apagados? Não porque cometeram crimes, mas porque ousaram sentir, criar ou gostar do que a maioria — silenciosa — ainda aprecia.


Os vídeos abaixo foram utilizados para a criação desse artigo:



21 maio 2025

Bebês Reborn e a Carência Materna na Era da Independência Feminina

 


Nos últimos tempos, os bebês reborn — bonecas hiper-realistas que imitam recém-nascidos com impressionante perfeição — têm conquistado mulheres adultas em várias partes do mundo. Para além de um simples hobby, muitas tratam esses bonecos como filhos: compram roupas, alimentam com mamadeiras, registram com nomes e os levam em passeios como se fossem reais. Mas o que está por trás desse fenômeno que mistura carinho, carência e fantasia? O que poderia parecer apenas um hobby excêntrico ou terapêutico, na verdade reflete um sintoma social mais profundo: a crescente carência emocional feminina em tempos de independência forçada e desconexão afetiva.

O paradoxo da mulher moderna

O feminismo trouxe conquistas inegáveis às mulheres — como o direito ao voto, ao estudo, ao trabalho, ao próprio corpo e à autonomia —, mas em suas vertentes mais ideológicas e radicalizadas, acabou plantando sementes que merecem ser debatidas com maturidade. Entre elas, a desvalorização da maternidade, a demonização do homem como figura abusadora por padrão e a ideia de que a mulher nunca erra, apenas reage à opressão estrutural. Esse novo ideal de mulher autossuficiente, que "não precisa de ninguém", gerou um paradoxo: ao tentar romper com padrões patriarcais, muitas passaram a sufocar o desejo de construir vínculos profundos, temendo parecer frágeis ou submissas. 

Isso tem resultado em uma crescente solidão emocional, enquanto a distância entre homens e mulheres aumenta — impulsionada tanto pela visão de que todo homem é um opressor em potencial quanto pela percepção masculina de desvantagem em relacionamentos atuais. Como consequência, surgem relações cada vez mais superficiais e instáveis, que dificultam a formação de laços duradouros e de famílias estruturadas. Essa lacuna afetiva, aliada ao deslocamento do instinto materno, tem levado algumas mulheres a buscar substitutos simbólicos, como os bebês reborn, na tentativa de preencher o vazio deixado pela ausência de vínculos reais.

Para algumas mulheres, os bebês reborn surgem como um consolo diante da infertilidade, do luto ou da ausência de relações estáveis. Mas em outros casos, a boneca substitui algo ainda mais preocupante: a impossibilidade de se vincular ao outro sem medo ou ressentimento.

Essa substituição do real pelo simbólico é um sintoma contemporâneo. Não há o caos, o choro ou a responsabilidade de um filho verdadeiro — apenas o afeto unilateral e sob controle. É uma maternidade sem riscos, sem erros e sem frustrações. Mas também sem retorno humano. O bebê reborn jamais crescerá, jamais contrariará, jamais deixará de “precisar” da mulher. E, paradoxalmente, isso é o que o torna tão sedutor para uma mulher que tem medo de ser ferida.

O papel da cultura e das redes sociais

Nas redes sociais, o fenômeno ganha contornos ainda mais simbólicos. Vídeos de “simulação de parto reborn” acumulam milhões de visualizações. A maternidade romantizada e plastificada é compartilhada em massa. E o discurso feminista de autoafirmação emocional encontra, curiosamente, reflexo numa prática profundamente conservadora: a mulher que retorna ao cuidado do outro — mesmo que esse “outro” seja um objeto inanimado.

Trata-se de um paradoxo cultural: enquanto se condena a dependência emocional dos relacionamentos reais, alimenta-se uma carência psíquica profunda e silenciosa, que busca compensações em figuras artificiais.

O feminismo, o erro humano e o culto à vítima

Outro aspecto preocupante da cultura contemporânea é a ideia de que a mulher, por ser historicamente oprimida, não pode ser responsabilizada por seus erros. Esse raciocínio, embora compreensível em muitos contextos, pode gerar uma infantilização emocional, onde o enfrentamento de frustrações, perdas e dilemas morais é constantemente evitado.

Quando a mulher não encontra espaço social para admitir suas falhas ou dores — ou quando todo erro é automaticamente atribuído a um homem ausente ou opressor — o sofrimento interno se acumula e se expressa de maneiras simbólicas e inconscientes. O bebê reborn pode ser, nesse sentido, um espelho silencioso de algo que a sociedade se recusa a nomear: a fragilidade emocional de mulheres que se fingem de fortes através de ideias e movimentos emancipadores.

A venda de uma emancipação baseada no antagonismo ao homem tem gerado um vácuo afetivo e psicológico em muitas mulheres, especialmente naquelas que, por natureza ou desejo, valorizam vínculos, maternidade e reciprocidade emocional. Quando a fragilidade é vista como fraqueza e o acolhimento como submissão, resta à mulher esconder suas dores ou canalizá-las para substitutos simbólicos como os bebês reborn — não como simples brinquedos, mas como representações inconscientes de um desejo reprimido de cuidado, vínculo e pertencimento. Esse fenômeno não nasce da liberdade, mas da solidão de uma liberdade vendida como ruptura total com o outro.

É essencial reconhecer que nem toda mulher que adota um bebê reborn está em sofrimento psíquico. Em muitos casos, o objeto serve como ferramenta terapêutica ou expressão artística. Mas quando o vínculo com a boneca substitui ou eclipsa os vínculos humanos, é preciso refletir.

Outro ponto sensível é como, em certas narrativas sociais atuais, a mulher é vista sempre como vítima, isenta de responsabilidade por suas decisões ou atitudes. Embora essa visão tenha nascido como reação a séculos de opressão, ela pode acabar infantilizando emocionalmente a mulher, que não se permite errar, nem enfrentar suas próprias falhas.

Quando isso acontece, a tendência é buscar atalhos emocionais que evitem o confronto com a realidade. E aí, surge a figura do bebê reborn como uma resposta simbólica: uma forma de expressar amor, maternidade e afeto sem os desafios de uma vida afetiva real.

O feminismo atual ao lutar incessantemente  por igualdade e liberdade, esqueceu de acolher o lado emocional da mulher, inclusive seu desejo de amar, cuidar e ser cuidada. E, principalmente, precisa permitir que a mulher possa errar, chorar, recomeçar — sem precisar esconder sua fragilidade atrás de um boneco de vinil ou de leis anti-homens.


20 março 2025

A Tectoy e a Queda de uma Lenda: Do Sucesso ao Caos

 



Por décadas, a Tectoy foi sinônimo de inovação e qualidade no mercado brasileiro de videogames. Durante os anos 80 e 90, a empresa conquistou os gamers ao trazer consoles icônicos da Sega, como o Master System e o Mega Drive, adaptando-os ao público nacional com traduções, acessórios exclusivos e marketing agressivo. No entanto, o brilho de outrora parece ter se apagado, dando lugar a uma série de equívocos que mancham a reputação da empresa.

O caso mais recente envolve o Zeenix, um suposto console nacional que, na realidade, nada mais é do que um produto chinês relabelado e vendido como uma criação brasileira. A estratégia de marketing, além de falha, tentou esconder a verdadeira origem do dispositivo, gerando revolta entre consumidores mais atentos. Durante o evento de lançamento, a farsa foi rapidamente desvendada pela comunidade gamer, e a Tectoy se viu envolvida em mais uma polêmica.

O marketing desastroso do Zeenix foi comandado por Pedro Caxa, ex-gerente de marketing da empresa, que recentemente anunciou sua saída da Tectoy. Em um vídeo publicado em seu Instagram, Caxa revelou que a empresa foi adquirida pela Transire, uma companhia especializada em maquininhas de cartão e automação comercial. Segundo ele, após o anúncio do Zeenix, a direção da Transire passou a interferir no projeto, afastando-se da visão original da equipe de desenvolvimento.

A estratégia de camuflar a origem do Zeenix não foi um caso isolado. Nos últimos anos, a Tectoy tem se esforçado para manter-se relevante no mercado, relançando consoles antigos com qualidade questionável. O Mega Drive de 2017, por exemplo, foi alvo de críticas por problemas técnicos e falta de suporte adequado aos jogos originais.

Esse declínio não é recente. A queda da Tectoy começou junto com a derrocada da Sega no mercado de hardware. Até então, a empresa brasileira era a representante oficial da marca no país, garantindo lançamentos localizados e uma gama de produtos exclusivos. Com o fracasso do Dreamcast e a transição da Sega para o mercado de software, a Tectoy perdeu seu principal pilar e não conseguiu se reinventar.

O caso Zeenix é apenas o mais recente de uma série de tropeços que afastaram a Tectoy da glória do passado. A tentativa de mascarar um produto estrangeiro como nacional gerou uma onda de desconfiança entre os consumidores e compromete ainda mais sua credibilidade. No final das contas, o problema não é apenas a falta de inovação, mas sim a ausência de transparência e respeito pelo público que a consagrou no passado.

Resta saber se a Tectoy aprenderá com seus erros ou continuará sua descida ladeira abaixo, alienando os fãs que um dia a colocaram no topo do mercado brasileiro de videogames.

16 março 2025

O Caso Podpah: Censura ou Direito Autoral?





O Podpah, um dos maiores podcasts do Brasil, está no centro de uma polêmica que divide opiniões: seria sua recente onda de strikes contra criadores de conteúdo no YouTube uma tentativa de censura ou uma defesa legítima de direitos autorais? A controvérsia, que ganhou força em março de 2025, envolve youtubers como Ramses o Pequeno e Serginho Faoth, que acusam o podcast de tentar silenciar críticas, enquanto o Podpah alega proteger seu conteúdo de uso indevido. O caso expõe contradições, levanta debates sobre liberdade de expressão e reflete questões mais profundas sobre a cultura digital brasileira.
O Estopim da Controvérsia

A confusão começou quando Ramses o Pequeno revelou ter recebido um e-mail do Podpah exigindo a remoção de vídeos sob ameaça de strikes. "Tire esses vídeos ou vai ser strike", resumiu ele, criticando a falta de clareza na notificação, que apontava "uso indevido" sem especificar critérios. Serginho Faoth, outro criador afetado, trouxe mais detalhes: após receber um strike, ele foi contatado por Igão, apresentador do Podpah, que admitiu um erro da agência responsável pelos direitos do podcast e prometeu retirar a penalidade. No entanto, a promessa não se concretizou imediatamente – a agência voltou a pressionar Serginho, exigindo que ele removesse seis vídeos ou editasse trechos, mesmo que usados para crítica.
O caso tomou proporções maiores quando outros canais, como News Adivinho e Não Adivinho, também relataram strikes, sugerindo um padrão: o Podpah parecia estar mirando conteúdos que o criticavam ou usavam seus trechos, ainda que de forma limitada e transformativa. Para Ramses, a atitude do podcast só mudou após a repercussão negativa: "O Igão só desceu do Monte Olimpo agora porque deu ruim pra ele", ironizou, apontando que a conversa com Serginho só aconteceu depois que a crítica pública explodiu.
A Defesa do Podpah e Suas Contradições

Igão, em pronunciamento relatado em 14 de março, justificou os strikes como uma tentativa de proteger o Podpah de "cortes mal-intencionados e descontextualizações" que poderiam distorcer falas de convidados e prejudicar a reputação do programa. A argumentação faz sentido em casos extremos, como a reprodução integral de episódios ou manipulações maliciosas. Porém, os strikes atingiram também conteúdos críticos que usavam trechos curtos – prática que o YouTube protege sob o conceito de "uso justo", permitindo análise, crítica e reportagem.
O podcast ainda alegou que o "fair use" americano não se aplica ao Brasil, onde a legislação de direitos autorais é mais rígida. Embora isso seja verdade, o YouTube opera com políticas globais que o Podpah aceitou ao criar seu canal. Ramses questionou essa lógica: "Se eles aceitam as regras da plataforma, por que aplicam strikes em quem usa trechos para crítica?" A contradição fica mais evidente quando se considera a postura pública do Podpah, que já declarou não se opor a conteúdos críticos, desde que não sejam "ofensivos". Mas o que é ofensivo para eles?
No episódio com Marcelo Tas, Igão afirmou que "bilionário tem que acabar, quem não entende isso é burro", enquanto ele e Mítico já responderam a críticas com xingamentos como "cabeludo fedendo a c*" e "arrombado no quarto". Se o podcast pode usar tom ácido e insultos, por que considera ofensivo quando outros o fazem em resposta? "Como funciona essa lógica?"
Censura ou Proteção?
A linha entre censura e proteção de direitos é tênue, mas o caso sugere que o Podpah pode estar cruzando esse limite. A insistência em remover conteúdos críticos, mesmo quando amparados por diretrizes da plataforma, reforça a percepção de que o objetivo não é apenas proteger direitos, mas controlar a narrativa.
Os strikes não foram apenas direcionados a cortes maliciosos, mas também a críticas legítimas, criando a impressão de que o Podpah busca "silenciar vozes discordantes". Essa estratégia, porém, pode ser um tiro no pé: no meio digital, onde transparência e autenticidade são valorizadas, o podcast arrisca alienar seu público e comprometer sua credibilidade.
Um Sintoma Cultural?

Lord Vinheteiro, em uma análise adaptada de seu canal, eleva o debate a outro patamar. Para ele, os strikes do Podpah são um reflexo da "degeneração intelectual" que marca a cultura brasileira atual. Ele lembra que Mítico, um dos apresentadores, já foi professor e demonstrava inteligência há uma década, mas sucumbiu à mediocridade ao se adaptar a um ambiente que rejeita o pensamento crítico. "A burrice se tornou um manto de nobreza", sentencia Vinheteiro, vendo no caso uma hostilidade contra a sabedoria e um abraço ao "espetáculo da ignorância". Para ele, o Podpah não é apenas um produto do gosto popular, mas um agente que perpetua essa decadência.
Qual o Futuro do Podpah?

O caso deixa perguntas no ar: o Podpah continuará aplicando strikes para calar críticas ou ajustará sua postura às regras da plataforma que o sustenta? A resposta definirá não só o desfecho dessa polêmica, mas também o legado do podcast. Se optar por insistir, pode cavar um buraco reputacional difícil de reverter, como alertou o artigo de 14 de março. Se recuar, talvez recupere a confiança de parte da comunidade digital.
Por ora, o que se vê é um gigante da internet brasileira enfrentando o dilema entre proteger sua imagem e respeitar a liberdade de expressão – um equilíbrio delicado que, mal gerido, pode transformar seu sucesso em um símbolo de contradição e intolerância. O tempo dirá.

08 março 2025

O Grande Conflito Gamer: Voxel, Davy Jones e a Guerra Cultural nos Games




Na última semana, aconteceu um evento que causou pequenos abalos no mundo gamer internético: o Voxel, que é o veículo de games do TecMundo, que por sua vez nasceu debaixo do saudoso Baixaki, propriedade do grupo NZN, foi comprado em 2015 pelo HID Group, um grupo internacional de capital financeiro que compra empresas e faz Private Equity, etc. Enfim, esse veículo, que é propriedade desse grupo, postou um vídeo no seu próprio canal no YouTube falando basicamente que o seu cliente principal, os gamers ou jogadores (ou pelo menos a atual geração de jogadores), é a mais chata de todas as gerações. Ora, porque reclamam muito, porque ao invés de jogar jogos que são cada vez mais caros e que muitas vezes têm sua qualidade piorada, eles reclamam desses jogos. Muitas vezes, segundo a opinião do nosso ilustre jornalista, reclamam sem comprar e jogar o jogo antes, baseando-se em trailers ou vídeos e não na sua própria experiência. São pessoas que agem como gado por não terem sua própria opinião.

Evidentemente, numa dessas, ele reclamou das pessoas que falam mal do uso do pronome neutro nos jogos, como foi o caso do recém-lançado Baldur’s Gate 3. Reclamou de um sujeito que, por conta da oposição à ideologia woke, cancelou sua assinatura do Game Pass e disse que, no fundo, quem faz esse tipo de reclamação e crítica ao invés de jogar os jogos deveria sair de casa, lidar com problemas reais e com gente chata, tocar grama ao invés de ficar na internet reclamando. Além disso, deixou claro que esse tipo de pessoa não trabalha, é vagabunda. Ignorou o fato de que boa parte da audiência que joga esses jogos mais caros, que tem acesso a esse tipo de conteúdo e que acompanha veículos jornalísticos de games, normalmente é um público um pouco mais velho e que já trabalha. Afinal, se não trabalhassem, não teriam como comprar jogos de R$300.

Logo em seguida, David Jones, youtuber de games que atualmente faz parte da bancada do Flow Games – um veículo jornalístico de games criado pelo Flow, contratando jornalistas experientes como Mikil – fez um vídeo respondendo ao sujeito. Em grande parte, ele apontou as contradições no discurso dele, dizendo que as pessoas têm direito de ter a opinião que quiserem e que não precisam comprar um jogo de R$300 para formar uma opinião sobre ele. É possível formar opinião com base em análises e trailers, pois é para isso que os trailers servem: para mostrar uma prévia do jogo e permitir que o público decida se gostou ou não e se comprará ou não.

Boa parte do trabalho de youtubers como David Jones e jornalistas como os da equipe do Voxel é entregar essas informações, fazer análises dos jogos para explicar ao jogador o que ele deveria saber sobre o produto antes de decidir se vale a pena comprá-lo. E aí a coisa fica mais engraçada. Por mais que o próprio David Jones muitas vezes se chateie com críticas que ele considera exageradas sobre a “lacração”, ele reconhece que as pessoas podem ou não gostar dessas ideias e que isso é um critério pessoal.

Isso não ficou por aí. Após os 40 minutos de resposta do David Jones, o Voxel fez um vídeo resposta às respostas que receberam. Nesse vídeo, o próprio jornalista colocou o que disse quase como uma opinião institucional do veículo, e não apenas dele, dizendo que "o Voxel soltou um vídeo" e não que ele fez o vídeo. Logo em seguida, puxou a carta do preconceito e da homofobia.

O mais curioso aqui é o fato de o jornalista do Voxel ter usado a questão da liberdade de expressão, ou seja, argumentar que existem pessoas que usam a liberdade de expressão como pretexto para serem preconceituosas. Ao mesmo tempo, David Jones se posiciona como membro da bancada do Flow Games, um veículo que contratou jornalistas para fazer um trabalho e que faz parte do guarda-chuva do Flow – um grupo que tem como uma de suas bandeiras, ao menos na teoria, a questão da liberdade de expressão.

A coisa se aprofunda ainda mais porque existe uma questão financeira ligada ao próprio Voxel e ao grupo NZN – e, claro, ao homem laranja, que vamos comentar daqui a pouco. Mas antes disso, é preciso esclarecer algumas coisas. O que está de fundo nessa situação é um conflito de representação. Você tem uma opinião e uma linha editorial sendo expressa por esse veículo de games e por boa parte dos outros veículos mainstream ligados a estruturas corporativas maiores, e essa opinião não representa, ou pelo menos entra em conflito, com a opinião da maior parte do público que os consome e a quem eles deveriam representar e servir.

Isso não acontece apenas no jornalismo de games; está acontecendo no jornalismo como um todo. Esse conflito é muitas vezes mal representado pelos próprios jornalistas. Até porque o jornalista tem um papel – especialmente no caso do jornalismo de games – que é aferir o que está acontecendo no mundo (ou no mundo dos games) e contar para quem consome as notícias em seu veículo. Para além disso, há outro papel: o da crítica cultural.

E do meio desses jogadores enraivecidos surge um modus operandi que vai influenciar a campanha do Donald Trump na sua primeira eleição à presidência. Não é uma surpresa que isso aconteça, pois mesmo quando esses jornalistas não são diretamente dependentes dessas empresas de games, o mundo corporativo nos últimos anos tem sido fortemente influenciado pela agenda de diversidade, equidade e inclusão, além das diretrizes ESG. Isso influencia muito as contratações de jornalistas e a linha editorial dos veículos. Além disso, jornalistas já saem da universidade com uma formação ideológica enviesada para o wokismo. No caso do Voxel, ele pertence à NZN, que por sua vez é propriedade do HID Group, presidido no Brasil por Fernando Marques Oliveira. Fernando é parte do grupo IPO (Young Presidents’ Organization) e também da Endeavor, uma entidade que fomenta o empreendedorismo em países emergentes, muitas vezes seguindo critérios ESG.

Essa transformação no jornalismo e na cultura faz parte de um fenômeno maior: a subversão da hierarquia social tradicional. Nas sociedades tradicionais, as elites se formavam com base em mérito e espírito de serviço. Havia uma ordem em que os intelectuais e sábios aconselhavam os governantes, os governantes protegiam o povo e estabeleciam leis, e os comerciantes administravam os bens materiais. Essa estrutura pode ser vista na República de Platão e nos sistemas de castas de diversas culturas. Hoje, no entanto, a elite financeira tomou o controle, impondo sua própria visão de mundo baseada no lucro imediato e na influência política. Esse processo desordenou a sociedade e afetou diretamente a cultura, incluindo a produção jornalística e a forma como os veículos de mídia representam seu público. Além disso, vemos uma crescente desconexão entre os valores tradicionais da maioria da população e os valores promovidos pelas elites midiáticas e corporativas, o que intensifica ainda mais esse conflito.


Fonte para o artigo: Vídeo do canal 5 Elemento.