Nos últimos anos, um fenômeno vem chamando a atenção: a queda no número de inscritos em concursos públicos no Brasil. O que antes era considerado o “sonho dourado” de estabilidade e vida garantida, agora está perdendo espaço, principalmente entre os jovens da geração Z.
A queda no número de inscritos.
Em 2024, o governo Lula lançou o primeiro Concurso Nacional Unificado (CNU). Foram 2,1 milhões de inscrições, um número impressionante. Porém, pouco mais de 970 mil candidatos apareceram para fazer a prova. Ou seja, mais da metade desistiu antes do exame.
Já em 2025, a situação mudou radicalmente: apenas 760 mil pessoas se inscreveram. Isso representa uma redução de mais de 50% em apenas um ano. Ainda é muita gente, mas a queda mostra que o fascínio pelo concurso público não é mais o mesmo.
Por que tanta desistência?
Existem vários motivos para esse desinteresse crescente:
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Concorrência absurda: em alguns casos, são 20 mil pessoas por vaga, o que faz muitos desistirem antes mesmo da prova.
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Desânimo geral: 54% dos inscritos em 2024 sequer compareceram no dia da avaliação.
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Rotina engessada: o trabalho público é visto como estável, mas também como tedioso e burocrático.
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Baixa remuneração em muitas áreas: salvo raras exceções, os salários não são tão atrativos assim.
A visão da geração Z
A geração Z já vem mostrando rejeição à CLT tradicional. Para muitos jovens, empregos com carteira assinada ou concursos públicos representam falta de liberdade, pouca flexibilidade e limitações de crescimento.
Eles preferem alternativas como:
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Trabalhos por tarefa (gig economy)
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Empreendedorismo digital
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Carreiras autônomas com maior autonomia de horários
O raciocínio é simples: se já não querem CLT, muito menos desejam passar a vida inteira num cargo público sem perspectivas de inovação.
Impacto para o Brasil
Esse movimento pode ser visto como algo positivo. Quando os melhores talentos deixam de mirar os concursos públicos e passam a atuar no setor privado, há:
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Menos desperdício de inteligência em funções burocráticas
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Mais inovação e criatividade no mercado
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Maior impacto econômico com geração de novos negócios
Enquanto isso, países como Estados Unidos e nações da Europa já tratam os cargos públicos como opção secundária — e o Brasil parece estar caminhando para essa mesma realidade.
O fim da era dos concursos?
O concurso público ainda garante estabilidade e uma vida confortável, mas dificilmente proporciona crescimento real ou grandes conquistas financeiras. Quem busca independência, impacto e oportunidades, tende a encontrar mais no setor privado.
A pergunta que fica é: será que estamos assistindo ao início do fim da era dos concursos públicos no Brasil?
Fonte Relacionada: Site Poder 360.