Por décadas, a Tectoy foi sinônimo de inovação e qualidade no mercado brasileiro de videogames. Durante os anos 80 e 90, a empresa conquistou os gamers ao trazer consoles icônicos da Sega, como o Master System e o Mega Drive, adaptando-os ao público nacional com traduções, acessórios exclusivos e marketing agressivo. No entanto, o brilho de outrora parece ter se apagado, dando lugar a uma série de equívocos que mancham a reputação da empresa.
O caso mais recente envolve o Zeenix, um suposto console nacional que, na realidade, nada mais é do que um produto chinês relabelado e vendido como uma criação brasileira. A estratégia de marketing, além de falha, tentou esconder a verdadeira origem do dispositivo, gerando revolta entre consumidores mais atentos. Durante o evento de lançamento, a farsa foi rapidamente desvendada pela comunidade gamer, e a Tectoy se viu envolvida em mais uma polêmica.
O marketing desastroso do Zeenix foi comandado por Pedro Caxa, ex-gerente de marketing da empresa, que recentemente anunciou sua saída da Tectoy. Em um vídeo publicado em seu Instagram, Caxa revelou que a empresa foi adquirida pela Transire, uma companhia especializada em maquininhas de cartão e automação comercial. Segundo ele, após o anúncio do Zeenix, a direção da Transire passou a interferir no projeto, afastando-se da visão original da equipe de desenvolvimento.
A estratégia de camuflar a origem do Zeenix não foi um caso isolado. Nos últimos anos, a Tectoy tem se esforçado para manter-se relevante no mercado, relançando consoles antigos com qualidade questionável. O Mega Drive de 2017, por exemplo, foi alvo de críticas por problemas técnicos e falta de suporte adequado aos jogos originais.
Esse declínio não é recente. A queda da Tectoy começou junto com a derrocada da Sega no mercado de hardware. Até então, a empresa brasileira era a representante oficial da marca no país, garantindo lançamentos localizados e uma gama de produtos exclusivos. Com o fracasso do Dreamcast e a transição da Sega para o mercado de software, a Tectoy perdeu seu principal pilar e não conseguiu se reinventar.
O caso Zeenix é apenas o mais recente de uma série de tropeços que afastaram a Tectoy da glória do passado. A tentativa de mascarar um produto estrangeiro como nacional gerou uma onda de desconfiança entre os consumidores e compromete ainda mais sua credibilidade. No final das contas, o problema não é apenas a falta de inovação, mas sim a ausência de transparência e respeito pelo público que a consagrou no passado.
Resta saber se a Tectoy aprenderá com seus erros ou continuará sua descida ladeira abaixo, alienando os fãs que um dia a colocaram no topo do mercado brasileiro de videogames.
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