16 novembro 2024

O Pão que o Diabo Amassou: Escalas de Trabalho, Produtividade e o Peso da Gestão Estatal no Brasil

 



O Brasil está em um intenso debate sobre a abolição da escala 6x1 e a implementação de novos regimes de trabalho, como a proposta de jornada 4x3 com 36 horas semanais. Isso reacende questões fundamentais sobre produtividade, direitos trabalhistas e a relação do brasileiro com o trabalho. Porém, é essencial analisarmos as raízes do problema: nossa baixa produtividade não decorre das jornadas longas, mas de políticas e leis que sufocam o desenvolvimento econômico e pessoal.

A falta de produtividade implica que o trabalhador precisa dedicar mais tempo para ganhar o mínimo necessário para sobreviver. A escala 6 por 1 se tornou comum por ser uma resposta à realidade econômica do país. Não é a jornada que é o problema em si, mas sim o fato de que, para alguns brasileiros, a única opção para manter suas contas em dia e garantir a alimentação é trabalhar até a exaustão.

Parte significativa da baixa produtividade está ligada à concentração do poder econômico nas mãos do governo, que frequentemente prioriza gastos ineficazes em vez de incentivar a iniciativa privada. Um exemplo é a Argentina, onde reformas recentes, que reduziram os gastos estatais e estimularam o mercado, aumentaram os salários em termos reais. Essa política, voltada à liberdade econômica, teve efeitos rápidos e positivos.

Trabalhei cinco anos no meu último emprego e posso afirmar que os direitos trabalhistas nem sempre favorecem perfis como o meu, que valorizam autonomia e responsabilidade financeira. Questionei contribuições sindicais e, por isso, enfrentei assédio de um gestor que pressionava colegas a não se oporem. Apesar disso, sempre fui exemplar e contribui significativamente para a empresa. Infelizmente, minha postura desafiadora foi usada como pretexto para demissão por um gestor que só estava lá por amizade com o gerente - cujo tinha pensamento sindicalista.

Empreender no Brasil é, como diz o ditado, "comer o pão que o diabo amassou". Mesmo quando você consegue prosperar, há um preconceito silencioso contra o sucesso individual. Isso não começou recentemente; é uma questão histórica. Desde os tempos coloniais, a política no Brasil é orientada para a centralização do poder, o que leva à dependência do empresariado do apoio estatal. Muitos empresários precisam “beijar a mão” de políticos para sobreviver, o que perpetua um ambiente de corrupção e favorecimento.

Para aumentar a qualidade de vida do brasileiro, é preciso reestruturar a relação do Estado com a economia, criando um ambiente mais favorável ao empreendedorismo e à inovação. Esse cenário não pode ser transformado apenas com a mudança de escalas de trabalho; é necessário um compromisso com reformas profundas que incentivem o crescimento das empresas e aumentem a produtividade. Isso inclui uma reeducação de seu povo e uma limpeza deste pensamento sindicalista, Ensinar que para o caminho da prosperidade é preciso assumir riscos.

Falo isso como uma pessoa que contestou contribuições sindicais e sofreu perseguição no trabalho, vejo como o sistema engessa quem busca autonomia. O ambiente desmotiva tanto trabalhadores quanto empreendedores, criando uma cultura de resignação diante das dificuldades. A CLT, muitas vezes vista como salvadora, não resolve o problema maior: um sistema que prioriza o governo em detrimento da produtividade e do mérito individual.

A solução não é apenas mudar escalas de trabalho, mas liberar o potencial produtivo do mercado, reduzir a intervenção estatal e oferecer um caminho viável para que trabalhadores e empresas prosperem. Só assim o Brasil poderá transformar exaustão em oportunidade e estagnação em crescimento. Para alcançar a melhoria de vida dos trabalhadores, é essencial uma reforma que libere o potencial do mercado e reduza a intervenção estatal. Apenas com uma economia mais produtiva e menos centralizada será possível transformar o sonho de prosperidade em realidade para os brasileiros.

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