11 dezembro 2018

Sobre Cavaleiros da Netflix, Representatividade e Perseguição aos Fãs.



No último fim de semana tivemos a revelação durante a CCXP do trailer da nova animação de Saint Seiya para a plataforma de streaming Netflix. O trailer mostrou algumas mudanças na série quanto a animação que agora é em 3D entre outros detalhes. Mas o que mais chamou atenção e polêmica foi Shun de Andromeda como uma integrante mulher.



A inclusao da personagem foi questionada pelos fãs que dentro do universo criado. O roteirista Eugene Son deu uma declaração genérica de que o mundo mudou: garotos e garotas lutam lado a lado, aquele papinho progressista. Isto motivou o descontentamento de diversos fãs, até porque a mudança se deu justamente com o cavaleiro que era considerado o mais sensível e feminino do quinteto, e por que Shun, agora como mulher, não usa máscara, uma condição obrigatória para as demais guerreiras da trama, as amazonas. Além da nova Shun não passar a mesma personalidade do personagem original, que é delicado e pacifista.



O que muitos não sabem e que essa nova versão dos personagens tem como alvo principal o mercado americano, cujo o anime foi lançado em 2004 e foi um fracasso comercialmente. A empresa que trabalhou com a série original foi a DIC (hoje DHX). Por lá foram exibidos 114 episódios com censuras bizarras nas cenas sangrentas:





 A Toei cedeu os direitos a Netflix para uma nova versão afim de conquistar os americanos com sua linha de produtos e colecionáveis. Assim como o criador da série Masami Kurumada não está tão preocupados com a descaracterização da série principal. Só quer colher os frutos dessa parceria. Assim como o caso do Dragon Ball Evolution, que o criador do universo inspirador do filme  Akira Toryama disse ter gostado da adaptação. O objetivo é vender os produtos da marca com uma versão mais palatável aos gringos, e como os produtores de séries e animações bebem atualmente da fonte do progressismo a qualquer custo, mesmo que este gere prejuízos muitas vezes. Consequentemente a nova série dos defensores de Athena passaria por essa adaptação forçada.



O fato é que a Netflix vem fazendo diversos remakes de séries e animações antigas e colocando inserções que desagradam os fãs do conteúdo original. E a mídia, principalmente a americana, vem atacando esses fãs. Como no caso do remake da She-Ra lançado em Novembro, em que a imprensa tem feito ataques massivos aos fãs que não gostaram da obra e utilizando espantalhos tratando estes com estereótipo de velhos de 30 anos. O que levou lá nos EUA a dubladora da série original indo em defesa dos fãs desta inclusive acusando a Dreamworks, detentora atual dos direitos da personagem, a tentativa de censura a qualquer crítica a série da plataforma. 

Mesmo assim, ainda tentam empurrar ideologias de representatividade em produtos consolidados muitas vezes de maneira errônea. Como no caso de Cavaleiros onde há mulheres guerreiras e fortes inclusive uma linha do tempo alternativa, com protagonistas mulheres.

 

Estamos num momento de guerra cultural intensa no meio do entretenimento com o material produzido acidentalmente,  tanto com as produtoras que insistem em empurrar a qualquer custo a política da diversidade sem sutileza, sensibilidade e respeito aos remakes de produtos conhecidos pelo público quanto pela mídia especializada do meio que caça  e perseguem os fãs que criticam e os perseguem de diversas formas, porque se não jogarem o jogo dentro desse meio comprometem suas carreiras mesmo que o produto não tenha qualidade.




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