Se hoje estivesse viva minha mãe completaria 71 anos no próximo dia 15 desse mês. Em uma homenagem póstuma, já que ela faleceu em novembro do ano passado, venho aqui com um pequeno texto sobre ela e comentando como foi sua luta na vida sem feminismo.
Minha mãe veio pra cá de Portugal com meus avós, teve que trabalhar ajudando meu avô numa padaria. Seu desejo era estudar, mas meu avô não deixava; porque eram mal vistas mulheres que estudavam naquele tempo. A vontade de minha mãe era tanta que chegou a apanhar de cabo de vassoura para não estudar. Numa época onde não havia feminismo pra ampara-la ela foi em frente e conseguiu estudar se formando em contabilidade. Conseguiu por seu mérito se formar e trabalhar em empresas de renome durante muito tempo, sem precisar de benesses do estado ou auxílio de movimentos sociais.
Durante sua carreira profissional ela conheceu meu pai: um cabo da Marinha, com quem tivera um filho. Este tinha problemas com a mãe dele (minha avó) e chegou a cometer suicídio. Minha mãe não havia casado com ele e tinha uma dupla jornada de me criar e trabalhar; contava com a ajuda dos meus avós, mas estes somente tomavam conta de mim durante o dia, a noite a responsabilidade era dela. Era difícil, mas ela conseguia lidar com o filho peralta que tinha e colocou ele na linha.
Lutou para que ele estudasse: mostrou-lhe o valor dos estudos e conhecimentos, investiu o dinheiro que recebia do falecido acompanhante e o próprio nesse filho. Era tudo pra ela ver o filho encaminhado, quando chegou na maioridade correu atrás de um direito que ouvira na rádio referente a pensão militar, não conseguiu e ainda foi enrolada pera burocracia e má informação da instituição de seu acompanhante, que antes de morrer deixara um título de pensão para seu único filho.
Mas, sempre na luta e sem desistir esteve do lado do filho. Apoiando em seus projetos e suas tentativas de se firmar profissionalmente. Via que seu filho era dedicado, queria ser alguém na vida. Ao mesmo tempo compreendia os problemas psicológicos que ele passava. Investiu o que lhe restava em tratamentos contra depressão para que este pudesse encarar a vida. Coisa que uma mãe jamais quer é que seu filho sofra, sempre quer seu filho bem. Isso nenhuma feminista moderna compreende.
Seu filho está aí: casou, ainda tenta se firmar profissionalmente e confessa que carrega uma culpa de não ter conseguido poder ter dado uma retribuição melhor a ela. Ela viveu a vida da maneira que quis: desafiou um pai autoritário e conseguiu conquistar diversas coisas para si e sua família, além de conseguir criar um filho. Tudo a custa de seu esforço e suor. Sem se vitimizar, indo em busca sem desistir. Isso é ser mulher, é ser ser humano.
O grande problema do feminismo moderno é que ele não celebra mulheres assim, como minha mãe e diversas outras mulheres que saem de casa pra trabalhar e ainda cuidam dos filhos. Muitas sem marido ou porque morreu ou porque ele é ausente ou separado destas e estão vivendo. Nenhuma dessas feministas fizeram algo por estas mulheres nem as homenagearam: preferem a deturpação de valores e o conflito comumente pregado em ambientes acadêmicos por intelectuais de esquerda.
O problema dessa gente é que nunca foram realmente a favor das mulheres; somente são conduzidas como massa de manobra. Ideologias que não tem prática de como encarar a realidade e insistem em querer forçosamente mudá-la por critérios injustos transforma essa gente em revoltados eternos.
Obrigado mãe por tudo, pelo seu carinho e exemplos. Você provou que como mulher é muito mais mulher que muita feminista.
Parabens pelo texto, cara. Fiquei emocionando, mesmo sem te conhecer ou conhecer sua mãe. Pode ter certeza que ela está em um lugar muito melhor, protegendo você.
ResponderExcluirDeus abencoe
Isso ae Diogo! Seja firme.
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